7.12.09

TURISTA OCIDENTAL - EM BUSCA DO SOMA PERDIDO (1)

Douro Vinhateiro. Sábado. Oito da manhã. Cais de Gaia. ”Princesa do Douro”... Todos a bordo. Inevitavelmente chuva, sempre chuva… muita chuva. Contrariamente ao expectável, aqui no Douro a chuva não é de tinto. Água normal…Desilusão!
Muitas pontes feitas por muitos engenheiros é o que mais impressiona a simpática locutora de serviço que nos ia dando preciosas informações, todas expressamente quantificadas, entremeando com música ambiente a roçar o pimba e que, ao fim de dez minutos, me levou seriamente a pensar saltar borda fora, sem bóia nem nada.
As eclusas têm tantos metros de altura, por tantos de largura e levam uma pipa de tempo a encher. Uma estucha, novamente feita por engenheiros.
Ah, muito interessante: à direita podemos ver a estação de tratamento de água de Lever, concebida pelo arquitecto Alcino Soutinho, pormenor absolutamente essencial! E a música, bumba…bumba…
Depois é o Turbogás, uma fábrica a poluir a paisagem logo ali na margem, que transforma orgulhosamente gás da Noruega (ainda se fosse bacalhau…) em energia eléctrica. Desta vez não foi referido engenheiro, nem sequer arquitecto…, mas tudo da mais moderna tecnologia, claro!
A música agora entrou na zona “macarena”. Ai, pumba, pumba, ai, ai… Ainda pondero fuga para o tombadilho apanhar chuva, mas lá por cima a música ainda consegue estar mais alta. Neste momento até já ouvia os concertos para violino de Chopin ou mesmo de Shakespeare!
(a continuar)

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