24.2.10

TURISTA OCIDENTAL - NA TERRA DOS LUSITANOS (15)


Sigam pela EN 229 e deixem-se conduzir pelas aldeias perdidas deste perdido concelho. Vejam as “alminhas”, no caminho de Quintães para Arnas; a Torre do Relógio e o Solar de Dona Loba, em Fonte da Arcada; a capela de S. Sebastião, em Sarzeda. Ainda em Sarzeda, comam uma exótica sopa de castanhas e um fantástico arroz de míscaros na “Casa da Avô”, um restaurante perdido que vale a pena encontrar e que é simultaneamente um exemplo de recuperação arquitectónica.
Mas, não se percam excessivamente em igrejas medievais ou ruínas romano-góticas. Esqueçam os insondáveis resquícios megalíticos que se escondem da vista e do coração. Não procurem vestígios duvidosos de castros celtiberos.
Para quê perder tempo se por todo lado está presente o “kitsh-emigrante”, esse estilo que combina magnificamente cimento cru, azulejaria policromática e alumínio de cores variegadas, em casas tipo “maison”, com estatuária zoomórfica, onde predominam águias e leões sob o pano amuralhado que envolve requintados quintais, onde se combinam sabiamente couve-galega, galinhas pica-no-chão e palmeiras tropicais, dando às aldeias aquele toque diletantemente sórdido que só a Beira possui!
(a continuar)

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