Os pelourinhos ou picotas simbolizam a jurisdição feudal, tendo origem na columna moenia romana. São colunas de pedra que terminam num capitel, onde era feita justiça. Os presos eram amarrados às argolas e açoutados ou mutilados, conforme a disposição do “senhor” ou os costumes da época. Podem ser de gaiola, de pinha, de roca de bola, bragançanos ou apenas extravagantes. O de Trancoso é em gaiola extravagante!!!
No séc. X, o nome de Trancoso aparece pela primeira vez documentado no testamento de Dona Flâmula, filha do conde Rodrigo.
D. Afonso Henriques afasta definitivamente o “perigo” muçulmano e deu-lhe foral, confirmado mais tarde por Afonso II.
Aqui têm lugar as bodas de D. Dinis com Isabel de Aragão, a 26 de Agosto de 1282. O casamento havia já sido oficializado por procuração em Barcelona, a 11 de Fevereiro do mesmo ano. Os domínios de Trancoso são doados como prebenda à rainha “com sorte” e as muralhas da vila são reforçadas. A não perder, a Ermida de S. Bartolomeu, onde se realizaram as reais bodas.
Em 1385, aqui se ganha a Batalha de S. Marcos contra os castellanos, constituindo grande alento para Aljubarrota.
A 1 de Junho de 1510, D. Manuel não resiste e volta a dar foral à vila.
Em 1543 há uma grande perseguição aos judeus de Trancoso, agora engrossados com os refugiados de Castela, o que, convenhamos, era muito judeu junto.
Em 1810, o general Beresford, esse tiranete inglês que governou o país na ausência cobarde de D. João VI, estabelece aqui um quartel-general, sendo nomeado Conde de Trancoso.
Depois, em 1820, a maioria da população adere à Revolução Liberal (contrariamente a Sernancelhe, como já vimos).
Almocem no restaurante “Área Benta”. Um belo pernil com grão ou uma feijoada de toucinho, seguida das inevitáveis sardinhas doces, uma bomba calórica à base de doce de ovos e chocolate.
Hoje, Trancoso tem cerca de 11 000 pernix lusis, o código postal é 6420 e o indicativo telefónico é 271.
Há também uma Trancoso na Bahia, mas isso agora não interessa nada, porque não tem castanhas “martinha”!
(a continuar)

3 comments:
Almocei em Trancoso uma vez, há anos atrás.
Onde foi?
Isso é que era bom eu lembrar-me...
CASTANHAS MARTINHA?
Explique isso a este ignorante, por favor.
João: se quiser ter a maçada de ver o episódio 9 (basta clicar nas etiqetas) está lá a explicação toda dos três tipo de castanha.
Obrigado.
Tinha lido, sim. Mas FIXAR nunca foi o meu forte!
Memória visual acho que tenho akguma ainda.
Mas, até essa, está a atraiçoar-me já...
Post a Comment