O helicóptero era amarelo. Transportava barcos pneumáticos. Puxava um, dois, três... Os barcos dissolviam-se no ar, flutuando no vapor da trovoada. As escadas não tinham fim. Subiam para baixo e as pedras fugiam para cima. Sâo Cucufate, São Cucufate... E o Lidador berrava: "Tragam-me esses porquinhos de chocolate". As torres esfumavam-se em cornijas moçarabes. Explodiam em ameixas de Elvas, entraçadas de abóbadas contorcionistas. Do céu caíam cartas de Soror Marina derramadas em migas com açúcar. D.Dinis jogava sueca nas arcadas do jardim e do helicóptero caiam rosas purificadas. O trovão abriu os olhos. O dia clareava em Beja. Acordámos no café da manhã.
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11 comments:
..além do mais voce é um poeta...
Bom texto!
Gosto muito disto: do delírio com tom poético.
Bj Laura
Um sonho fantastico. Lindo.
Jorge,,,,
O Jorge é um contador de historias,,, e este texto a 45 rotações,,,,, conta partes de uma história (que ele conhecia melhor que nós de Beja) ..... entrecortada com a ficção das personagens que encontramos nas paragens .....
notável..... as cartas de Soror e o Pastor de saias a assistir ao jogo da Sueca....
Bal: juro que a ideia foi do João ao pequeno almoço. Disse que tinha sonhado com helis e pneumáticos. O resto veio sem querer.
Diz: contos delirantes de quem delira muito...
Eduardo, Myra, Angela... faltou aqui o pastor de saias, como diz a Bal. Personagem extraordinário.
Parece um castelo de livros de princesas!
Exactamente Helena. Uma coisa cinematográfica.
Não me lembro das pétalas no meu sonho...
O seu texto, JORGE, é de uma riqueza isotérica...
Parabéns, uma vez mais.
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