Ao largo de Porto Covo, um pouco mais a sul, fica a desértica ilha do Pessegueiro. Curiosamente sempre teve ocupação estratégica. Há vestígios fenícios aquando das Guerras Púnicas (280 a C) e romanos, mais tardio. Estes tinham aqui um cemitério e salgadeiras de peixe (cetárias), recentemente descobertos, sendo de imaginar que fariam escalas logística nas deslocações mais para norte. Ailiás, um pouco mais a cima, no estuário do Sado, fica a península de Tróia, onde era produzido o Garum de características ibéricas e muito apreciado em Roma. As salgadeiras do Pessegueiro poderiam estar relacionadas com essa produção.
Muito mais tarde (1785), Filipe I concebeu um grandioso projecto de criar aqui um porto oceânico de pesca e comercial, com ligação a Porto Covo e com dois fortes de protecção. Um, na Ilha, está totalmente arruinado. O outro, em terra, ficará igual se não fôr urgentemente intervencionado. E por estas fortificações se ficou o grandioso projecto. Com a queda da dinastia Filipina, o zona manteve a sua pacatez, apenas interrompida por alguns piratas em busca de refúgio. E a Ilha do Pessegueiro lá está, qual barco de pedra ancorado, esperando passageiros.
3 comments:
O FILIPE I não era tolo nenhum...
Nunca fui a esta tão longíqua ilha, como á Ínsua, em Caminha.
Incrível!
Mas já dormi na Estalagem da Ilha do Lombo!!!
Joâo: Sim, mas aquilo era pior que o projecto de Sines. O homem não percebeu que as tempestades de sudoeste os barcos não podiam chegar à ilha, nem sair da calheta de Porto Covo. O mar do Alentejo é muito complicado, como sabe bem melhor que eu.
Ele só pensou na nortada...
Já era pensar ...e muito, para a época!
Agora, cada pensamento, cada negociata...
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