A democracia é, em teoria, o melhor regime que se conhece para gerir politicamente sociedades. Uma vez que a democracia directa é impossível, inventou-se a democracia representativa. A cada homem um voto para escolher os nossos representantes. Acontece que raras vezes os conhecemos. Pior, eles acobertam-se em grupos de interesse político que eram supostos ter uma ideologia determinada e conhecida de quem vota, mas acabam por ser (fora os partidos extremistas) meros lóbis que funcionam numa lógica de disciplina partidária. A maioria das vezes proibidos de ter vontade própria (se é que alguma vez a tiveram). Esses lóbis são os Partidos. Os Partidos são, portanto, o cerne da democracia representativa. É neles que votamos e entregamos a nossa onfiança democrática de 4 em 4 anos. Este é o tal melhor regime que existe. É, assim, extraordinário que, sendo os Partidos tão essenciais, seja neles que recai todo o ódio. Os Partidos são desprezados, rotulados de corruptos, os deputados são tachistas, não se percebe para que servem e passamos quatro anos a dizer mal deles... e, no entanto, sem eles não há regime. Este é um dos grandes paradoxos da democracia.
19.10.10
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14 comments:
Pelos vistos, algo vai mal nestes reinos da dinamarca...
Não é possível...
Mas, é um "suponhamos", se ninguém votasse, ou votassem todos em branco ou nulos, o que aconteceria ??
Por acaso eu não sei ...
Isto é os que querem ser eleitos esses votavam, mas estou a falar do "comum dos mortais"...
Não sei mesmo como se resolveria uma situação destas...
Outro "paradoxo", a maior parte dos que protestam e falam contra, se calhar passaram o dia das eleições , p'ra aí na praia, digo eu..
Um abraço,
Jorge, os grandes lobies não são os partidos, são os donos do dinheiro: a banca!
Se os partidos fossem fortes resistiriam. Além disso o meu ponto é o paradoxo entre necessidade deles e sua irrelevância crescente e não serem ou não meros lóbis lóbis. O sistema político tem de nos passar a representar. Este esgotou-se. A crise pode ser boa.
Há anos que voto em branco... Mas nunca se chegou aos 51%.
:D
É difícil viver em democracia!
esse paradoxo deriva talvez da desilusão que segue a "esperança" de "desta vez" determinado partido cumprir as promessas e melhorar as condições de vida (neste momento não, claro, porque de repente surge a "verdade" da crise). Por outro lado, existem democracias na Europa que funcionam bem melhor do que a nossa. Será o o erro do próprio povo? Realmente se o voto em branco tivesse maioria, como diz Mena G, era uma forma de mostrar o descontentamento do povo. Mas esse apelo não aparece na tv ...
beijinhos
Voltando ao comentário da Mar. Os bancos, como outras corporações, estão no seu direito de fazrer lóbi. O poder política tem de ser forte e saber fazer política para todos. É isso que se lhe pede. Ou haverá votos que valem mais do que outros?
Daga: sem dúvida q há democracias mais aperfeiçoadas e a ideia é a de estar sempre a aperfeiçoar e a ajustar a cada momento. Mas isso tem de ser uma exigência do povo e um desiderato dos Partidos.Ora, o nosso povo é super culpado. Não pratica a cidadania, vive encostado ao Estado e isso convém aos políticos. A celébre Sociedade Civil é que não existe em Portugal, senão para dizer mal nos programas da manhã. Mais uma vez, quando há crises surgem oportunidades. Curiosamente vejo apenas contabilistas do desastre.
No Século das INOVAÇÕES é imperioso INOVAR o sistema político.
"Descobrir" uma outra forma de democracia, onde não seja possível o regabofe actual em que os mais altos representantes ( Governo, outros diversos órgãos de soberania, Deputados, etc.) se permitem lesar descaradamente o país e, portanto, cada um de nós de per si, saindo ilesos continuadamente e, por estranho que pareça, com altos benefícios imediatos e, sobretudo, FUTUROS.
A que aqui está implantada já deu provas mais que suficientes da sua ineficácia absoluta.
Acabar com o FACILITISMO terá que ser o primeiro passo.
ACABOU O TEMPO DO SORRISO HIPÓCRITA, DO SORRISO VITORIOSO, DA "VENDA" DO PAÍS DA ALICE!
Mas, não podem fugir à sucapa ! Têm que ser responsabilizados ! E, muitos deles, RESPONSABILIZADOS CRIMINALMENTE !!!
E JÁ !
Comentários que valem um post...
Jorge,
sua tese esta correta. Só partidos fortes, com programas claros, e uma militância séria, poderá gerar candidatos honestos com os princípios desses partidos, e os votos seriam no partido, e não dos candidatos, que apenas nos representariam ( a nós e ao partido )no congresso e no executivo. Bastariam 4 grandes partidos! E o povo decidiria em qual deles confiaria o poder de governar! Simples assim!
Pois é Eduardo, cá andamos nesta luta...
Para mim os votos em branco significam que há quem queira outras pessoas a governar e não as que se candidatam por isso deviam corresponder a cadeiras vazias na Assembleia da República.
O método devia ser outro para que os partidos novos que aparecerem poderem crescer, contando cada voto integralmente e directo para o partido assinalado.
O sistema tem de facto de mudar e rapidamente.
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