OPORTUNISMO POLÍTICO

Portugal e os portugueses sempre se caracterizaram por um manifesto "desenrascanço" e pragmatismo. Nunca matámos em vão, salvo alguns casos de maldade endémica ou de crueldade genética, mas nada que fosse política de Estado. A nossa estratégia de colonização sempre foi de "Oliveira da Figueira". Os pobres eram vendidos como escravos e rendiam sangue, suor e lágrimas. Os ricos eram agraciados com prebendas e títulos (veja-se o caso dos reis católicos do Congo) e esfolados do ouro e demais marfins, com prazer dos próprios e gáudeo dos penitentes. Passados tempos, esgotadas as colónias e sem horizonte político, enrolámos os europeus e entrámos gloriosamente para a CEE, depois a magestática UE. Agora os europeus vão ter de nos ajudar, quer queiram, quer não. Só que também estão de rastos. Por isso temos de recorrer a novas fontes de extorsão. Já este fim-de-semana tivémos uma nova visita de Hugo Chàvez. Levou 6 ou 7 barcos; um milhão de computadores; encomendou energia renovável em pacotes... Um santo homem. Grande amigo. Este vai ser o novo truque. Segue-se a recepção gloriosa a Kadhafi, que já cá veio pelo menos duas vezes e, quiçá, o Presidente do Irão. Tudo gente de posses. Só esses interessam. Tenho pena destes pobres homens e dos seus conterrâneos. Vão ser chupados às lusas mãos, como foram os brasileiros, angolanos e tantos outros. Tudo derretido em sinos de igreja e auto-estradas de Ferraris. Nem sabem onde se estão a meter. A dívida externa é um truque que vamos usar para terem pena de nós. Será este o "Quinto Império"?