13.10.10

OS PEQUENOS PODERES

Existe na nossa sociedade um conjunto de gente que detém poderes de autoridade. São gente do estado (lato sensu), o que inclui desde motoristas do ministério aos próprios ministros; das finanças; das autarquias; dos reguladores; do ministério público; dos tribunais; da polícia; da judiciária; da guarda republicana; das entidades portuárias; dos vigilantes de rua; dos militares; dos contínuos; dos varredores de rua... São gente que há muito perdeu a noção do que é ser Estado. Aquilo é apenas um emprego com porte e uso de arma. É difícil encontrar alguém que não tenha poderes de autoridade ou cujo primo não seja a própria autoridade. As "autoridades" têm poderes definidos por lei e poderes discricionários. A "sociedade civil" confronta-se diariamente com a discricionaridade desses poderes, alguns completamente legítimos, outros absolutamente ilegais, outros ainda abusivamente exercidos. Mas confronta-se com algo absolutamente anacrónico: a total arrogância no exercício desses poderes. Esta situação tende a intensificar-se com a actual crise. Uma atitude corporativa e defensiva. Para mim, que lhes pago o vencimento, eu sou um cliente desses poderes. Devo ser muito bem tratado, até ao ponto em que esteja fora da legalidade. Não estando, são eles que me devem. A lógica dos pequenos poderes altera tudo. Para quando uma lei em que eu possa multar os polícias, prender os ministros, exonerar os juízes? É que a alternativa é eliminá-los...

11 comments:

João Menéres said...

Vamos para EXTERMINAÇÃO !!!

Anonymous said...

Não adianta, Jorge. No lugar deles outros serão postos, e exercerão os pequenos poderes da mesma forma. Todo poder, por menor que seja, corrompe!

Mena G said...

Adianta sempre qualquer coisinha...
O que não podemos é ficar mudos, silenciosos, conformistas. Se a única coisa que ainda nos resta é a voz, usemo-la! Infelizmente é de protesto. Que seja,desde que se faça ouvir!

Jorge Pinheiro said...

O conformismo não faz sentido. Há uma enorme diferença cultural entre continentes. Mas devemos sempre, em qq lugar, exiigir melhor estado e melhores funcionários. Quem paga somos nós. Estou farto de incompetentes. Já nem falo de corruptos...

João Menéres said...

Quem é INCOMPETENTE, é fácil ser CORRUPTO.
Mas, neste momento, haverá MAIS DE UNS ou de OUTROS?

angela said...

As normas até existem, por aqui se chamam "abuso de poder", mas conseguir provar esbarra em todo tipo de corporativismo. Por aí deve ter coisa parecida. Muita reclamação que levasse a uma mudança de mentalidade eles tem que entender que são servidores públicos.

Francisco Castelo Branco said...

gostava de ser motorista do Estado, pois podia sempre guiar um carro de alta cilindrada!

FAIRES said...

Ainda me preoucupa mais quando, pelo facto de existir Liberdade (???) todos se arrogam ao direito de opinião. Até aqui tudo mais ou menos certo. O que chateia e me preoucupa é quando toda a "gente" opina sobre tudo porque de tudo sabe, e mais ainda quando o faz de uma forma "cobarde" escondida atrás do anonimato. Estes são os reais poderes que infelizmente cada vez mais crescem na sociedade portuguesa.

Anonymous said...

Não se trata de inconformismo, ou de omissão, os PEQUENOS PODERES sempre existirão, pois são próprios da gênese humana, e gerados pelo apego ao poder, ou aparente poder!
Aqui no Brasil se diz: não pergunte nunca se pode, pois o funcionário de plantão, dirá que não, só para demonstrar poder! Entre sem perguntar, e ninguém irá se incomodar!

Jorge Pinheiro said...

Eu estou incomodado e estou farto de pequenos poderes... Muitos mais estão e estarão. Há qeu dar cabo deles, sxe incorformismo ou conformismo.Nós pagamos esse "plantão". Se não serve, liquide-se.

Jorge Pinheiro said...

sem