Ontem o casal Merkosy chegou a acordo. A crise pode talvez estar em vias de resolução. A cedência de poderes fará de nós uma junta de freguesia europeia. Manietados e sem voto na matéria. O federalismo, que nunca conseguiu ser negociado, vai agora a ser imposto à bruta. À força de contrôle orçamental e de multas para os faltosos. De governo central económico. De votações maioritárias. De comando do sul pelo norte. A Alemanha luterana exige a expiação da nossa católica culpa. E faz muito bem. A transferência de soberania, no caso português, é uma questão de realismo básico e de elementar bom senso. O governo português vai aceitar pacificamente o "dictatus" e o povo vai acatar sem grandes manifestações. No fundo todos sabemos que não nos conseguimos governar. Questão diferente é saber se vai haver revolução na Grécia, autonomia na Catalunha, ou separatismo no Norte de Itália. Nem todos têm a nossa "tolerância". A crise europeia entrou noutro patamar. À crise do euro acrescenta-se a crise das soberanias. Da crise económica passa-se à crise política. A Europa nunca mais será a mesma.
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11 comments:
Ouvi no radio hoje, de um correspondente brasileiro na França, teme-se que vem aí um IV Reich .
O mundo está perigoso.
O teu realismo assusta-me.Por ser lúcido.
Mena
sim, este mundo està muito muito perigoso!
O mundo sempre foi, e será, perigoso. Vamos ver é se a nossa estratégia de pequenos mamíferos, na era dos dinossaurios, vai nos permitir a sobrevivência, mais uma vez.
Ortega
então vamos ficar sem soberania de vez, é isso? nem tenho visto nem lido as notícias porque me irrita a prepotência deles e a nossa impotência...
beijos
De vez não, mas cada vez mais (ou melhor, menos).
Há sempre a outra hipótese: esta merda rebenta e regressamos ao velho estado miserável, mas muito asseadinho, que já fomos. Deixemos que Deus decida...
Às vezes Deus decide bem.
mas acima de TUDO
VIVA PORTUGAL
"que DEUS decide bem"
Uma esperança...
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