Desde 1581
que Espanha e Portugal tinham o mesmo rei. A sucessão dinástica posterior à
morte de D. Sebastião fora atribuída de
jure, nas Cortes de Tomar, a Filipe II de Espanha (I de Portugal). O
estatuto de autonomia do reino ficou consagrado: dois reinos, uma só coroa. Os
Habsburgo, porém, tomaram conta de Portugal com alguma displicência. O
autoritarismo e a prepotência ditaram o fim da “união”. Todo começou em 1624
quando o conde-duque de Olivares, valido do rei, enunciou no Grande Memorial a Filipe IV (III de
Portugal) os grandes objectivos políticos do novo mandato real: “O mais importante é que Vossa Majestade se
torne efectivamente rei de Espanha. Que não se contente de ser rei de Portugal,
de Aragão, de Valença, ou Conde de Barcelona, mas que projecte secretamente e
que se esforce para reduzir esses reinos, dos quais a Espanha se compõe, ao
estilo e às leis de Castela, sem a mais pequena diferença”. Em 1640
estava-se longe de atingir tais objectivos, mas a política seguia nesse sentido
e as necessidades da guerra em várias frentes tinham conduzido a um reforço da
tributação e da mobilização, acompanhadas da supressão do Conselho de Portugal.
Foram estas as verdadeiras causas da sedição.
Imagem: Filipe IV de Espanha (III de Portugal)
2 comments:
O tal é pai da infanta Margarida retratado no quadro de Velázquez...
Quer saber que não conhecia o vocábulo SEDIÇÃO !
Muito aprendo nesta Linha !
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