24.1.12

A RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA - I

Desde 1581 que Espanha e Portugal tinham o mesmo rei. A sucessão dinástica posterior à morte de D. Sebastião fora atribuída de jure, nas Cortes de Tomar, a Filipe II de Espanha (I de Portugal). O estatuto de autonomia do reino ficou consagrado: dois reinos, uma só coroa. Os Habsburgo, porém, tomaram conta de Portugal com alguma displicência. O autoritarismo e a prepotência ditaram o fim da “união”. Todo começou em 1624 quando o conde-duque de Olivares, valido do rei, enunciou no Grande Memorial a Filipe IV (III de Portugal) os grandes objectivos políticos do novo mandato real: “O mais importante é que Vossa Majestade se torne efectivamente rei de Espanha. Que não se contente de ser rei de Portugal, de Aragão, de Valença, ou Conde de Barcelona, mas que projecte secretamente e que se esforce para reduzir esses reinos, dos quais a Espanha se compõe, ao estilo e às leis de Castela, sem a mais pequena diferença”. Em 1640 estava-se longe de atingir tais objectivos, mas a política seguia nesse sentido e as necessidades da guerra em várias frentes tinham conduzido a um reforço da tributação e da mobilização, acompanhadas da supressão do Conselho de Portugal. Foram estas as verdadeiras causas da sedição.
Imagem: Filipe IV de Espanha (III de Portugal)

2 comments:

Li Ferreira Nhan said...

O tal é pai da infanta Margarida retratado no quadro de Velázquez...

João Menéres said...

Quer saber que não conhecia o vocábulo SEDIÇÃO !
Muito aprendo nesta Linha !