19.3.12

A PÁSCOA NÃO É FÁCIL - II


A Páscoa não pára quieta. Sempre a mudar. Sempre a mexer-se. A Páscoa é totalmente imprevisível! Estamos completamente dependentes dos judeus. Mesmo depois de termos passado para o calendário solar, continuamos amarrados ao calendário lunar judaico. A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). E, portanto, move-se.
A partir daqui é tudo móvel: o Carnaval; Pentecostes… O dia de Corpo de Deus. Desde logo é estranho Deus ter corpo e ainda por cima ser um corpo móvel! O feriado calha a primeira 5ª feira depois da oitava semana de Pentecostes que, por seu turno, decorre 50 dias depois dos Ázimos que é na primeira lua cheia da Primavera e que, segundo alguns, coincide com a “última ceia” e, segundo outros, terá sido o dia da morte de Jesus, ou seja, a tal Páscoa. Seja como for, a morte do rabi é, decididamente, móvel. Totalmente móvel. Logo, a ressurreição também varia e, consequentemente, o dia do juízo final é, afinal e de facto, totalmente imprevisível. Haja Deus!

5 comments:

Anonymous said...

Que embrulhada a preceito!
Valha-nos o altíssimo!

myra said...

sim, é uma gde confusao de datas...ainda bem que nao ligo a nenhuma festa...

Fatyly said...

Uma confusão e peras e acreditando no acredito é data que não me diz rigorosamente nada!

Li Ferreira Nhan said...

Pra mim sempre foi muito confuso tudo acerca da Páscoa.
No colégio, as freiras alemãs, não explicavam de maneira entendível, ao menos pra mim. Só nos pediam silêncio e silêncio. E era só perguntar algo que logo esticavam o dedo nos lábios e já sabíamos que era hora de calar o bico.
Na paróquia local sempre fui proibida (pelo meus pais e avós)de falar ou estar muito próxima aos padres.
Meu catecismo foi professado por uma beata que enxergava pecado em tudo e não sabia nada acerca dos mistérios.
Da quaresma/Páscoa carrego minhas memórias: a cor (o roxo que eu adoro), os filmes tão tristes, as lindas procissões com a NSra das Dores cortejada de luzes coloridas com papel de seda a enrolar as velas, a ausência da carne (que nem me fazia falta), o cheiro do bacalhau no quintal e o sabor de chocolate no domingo.
Ah, o silêncio e o respeito.
Havia muito mais respeito e silêncio em tempos de quaresma.

Branca said...

Pois, é tudo muito confuso e eu que fui educada junto de franciscanas e mais tarde de franciscanos capuchinhos continuo a não entender nada de nada, embora sejam eles capuchinhos do mais vanguardista que por cá conheço.

Apenas acho que Cristo foi um grande revolucionário, pouco entendível no seu tempo e perseguido por isso mesmo, como outros o foram ao longo da história. Provávelmente ele foi um dos maiores no contexto da época e o admiro por isso, pela ousadia, pela diferença, pelos princípios que deixou e marcaram a história da sua época e futura. Isso é inegável.
Relativamente a divindades tenho uma crença muito pessoal, intimista e minha, que é diferente de qualquer outra. Na religião como na política não gosto de pertencer a grupos, nem de fórmulas decoradas, apenas de sentir o que o coração me dita e agradecer a vida, a alegria e a paz e de lutar por elas.

Beijos
Branca