31.12.12

O PODER DE MATAR

Como é difícil dar a ordem. Como é fácil matar. A morte do Bezunga ocorreu sem autorização dele. Não houve sequer testamento vital. Não foi eutanasia. Foi execução. Fui eu que decidi. Que dei a ordem. O fim estava próximo. A morte com sofrimento seria o desfecho inevitável. Matou-se antes de morrer. No fim fica uma overdose de sentimentos. Uma sucessão de pesadelos. Uma infinidade de saudades. Sei que fiz o melhor. Mas é difícil fazer o bem matando.

9 comments:

João Menéres said...

Também já tive que tomar a mesma decisão, Jorge, relativamente à Lady, uma perdigueira portuguesa de capachinho castanho.
Sei o que é.
O sofrimento dos nossos animais de estimação não pode arrastar-se até ao pesadelo de ambas as partes.

Um abraço.

Helena Oneto said...

Lamento imenso, Jorge. Sei a dor que sentes porque conheci o Bezunga e ja a vivi o mesmo pesadêlo. Fizeste o que pudeste. Agora fizeste o que devias.

Muitas saudades e muitos beijinhos para a Fernanda e para ti.

daga said...

muito difícil, Jorge, olhar para estes olhos e dar a ordem... mas sei, por experiência própria, que em situações limite estamos a poupar sofrimento!
beijo

Luísa said...

Sabedoria!
A esta decisão está subjacente a sabedoria de amar até ao fim, tomando a decisão da despedida.
Bjnhs

Anonymous said...

Tenho quase a certeza de que não vai ser fácil matar a saudade que ele deixou.

Fiquei triste. Por ele e por vocês.

Jorge Pinheiro said...

NÃO É NADA FÁCIL, MAS TEVE DE SER. OBRIGADO A TODOS PELA FORÇA.

Fatyly said...

É duro e também tive que tomar essa decisão com o nosso gatão Pompom que viveu 20 anos sem qualquer problema e numa noite foi o estourar e no dia seguinte...esse momento que nos dói tanto!

Anonymous said...

um beijo sei bem o que isso dói
zica

Jorge Pinheiro said...

Obrigado :))