9.1.13

NOBRE POVO

Para lá dos aumentos de impostos, dos cortes salariais, dos desempregados e da insustentabilidade do estado social, nos últimos tempos começam a ser notícia realidades que nos escapavam, talvez por preguiça dos jornalistas, para quem a desgraça vende mais. Afinal, há centenas de empresas portuguesas que exportam mais de 70% da respectiva produção. São empresas com incorporação de tecnologia e inovação, reconhecidas internacionalmente. Afinal, a agricultura que todos julgávamos perdida, está florescente e a dar cartas. Os melhores vegetais da Europa. A fruta extraordinária que se exporta diariamente para o norte do continente. O vinho absolutamente excelente. O melhor azeite do mundo. O primeiro produtor de cortiça mundial. É uma agricultura nova e tecnologicamente evoluída. Não se trata de românticos projectos de voltar à terra, mas de projectos empresarias de sucesso. Afinal, no turismo temos uma marca fortíssima, feita de sol, variedade paisagística, cultura, boa comida e enorme hospitalidade. Afinal, parece que há imenso ouro por explorar em minas abandonadas, espalhadas um pouco por todo o país. Afinal, começam a aparecer projectos de pesca modernos, explorando o melhor peixe do mundo e com intenção de ocupar a nossa enorme plataforma continental. Afinal, parece que a destruição da frota pesqueira artesanal e o abandono da agricultura medieval  negociada aquando da adesão à UE, está a revelar-se uma vantagem. Afinal, parece que estão a aparecer um conjunto de novos empresários e emprendedores que não se queixam e fazem. Afinal, parece que a saída de jovens qualificados para o estrangeiro pode ser benéfica para criar uma rede internacional que expanda a marca Portugal. Afinal, a crise parece ser uma grande oportunidade de mudança. Portugal tem uma resiliência de nove séculos. Já caímos muitas vezes e sempre nos levantamos. A nossa flexibilidade pode dar-nos uma posição muito mais vantajosa do que outros países que hoje parecem pujantes, mas pela mentalidade e pela dimensão são muito "duros de rins". Afinal, a coisa não está assim tão preta. Só falta que o governo nos deixe em paz.

5 comments:

João Menéres said...

Tem toda a razão, Jorge :
QUE O GOVERNO NOS DEIXE EM PAZ !

Esta tarde fui à Cerimónia do 11º aniversário da Instalação do Executivo Municipal do Porto.
Talvez os jornais, a SIC e a TVI passem alguma coisa.
Não imagina as que o Governo não ouviu do Rui Rio !

Nessa relação do sucesso de portugueses, também poderia incluir profissionais do futebol ( alguns ), já que, ganhando fortunas lá fora, investem grande parte cá no imobiliário, na restauração, na moda.
Além das divisas que chegam através do seu trabalho, criam emprego.

Um abraço luso.

myra said...

vao levantar sim! e como diz tao bem, BASTA QUE O GOVERNO OS DEIXE EM PAZ!!!!!!
grande abraco!

Paulo said...

É assim mesmo, Jorge!Espero que não estejas a ser irónico.
O governo tem sempre que existir, o estado é que deveria remeter-se apenas às funções de: Segurança/Justiça, saúde e educação e não se imiscuir em tudo o que é relações entre cidadãos(uma tendência histórica em países tradicionalmente pobres como o nosso).

Jorge Pinheiro said...

Nos dias que correm o governo só tem de se preocupar em refomar o Estado. é isso que não se vê.

Fatyly said...

"Só falta que o governo nos deixe em paz e de uma vez por todas reformarem o Estado" e eu acrescentaria...e começarem a trabalhar para a política/governo em vez de viverem à custa da política/governo/Estado!