3.2.13

CALDAS DA RAINHA - TERMAS E ARTE

Acredita-se que, em 1484, durante uma viagem de Óbidos à Batalha, a rainha D. Leonor, mulher de João II de Portugal, tenha passado por um local onde várias pessoas do povo se banhavam em águas de odor intenso. A rainha indagou-lhes por que razão o faziam, sendo-lhe respondido que eram doentes e que aquelas águas possuíam poderes curativos. A rainha quis comprovar a veracidade da informação e banhou-se também naquelas águas, uma vez que também ela era doente (não existe unanimidade entre os autores com relação à natureza do mal: alguns autores afirmam que a rainha padecia de uma úlcera no peito, outros, problemas de pele, e outros ainda, que tinha apenas uma ferida no braço. Enfim, era doente). De qualquer modo, de acordo com a lenda, a soberana curou-se e, no ano seguinte, determinou erguer naquele lugar um hospital termal para atender todos aqueles que nele se quisessem tratar. Foi durante o século XIX que a vila conheceu o seu maior esplendor, com a moda das estâncias termais, passando a ser frequentada pelas classes mais abastadas que aqui buscavam as águas sulfurosas para tratamentos.
Complementarmente, a abundância de argila na região, permitiu que se desenvolvessem numerosas fábricas de cerâmica, que converteram a então vila num dos principais centros produtores do país, com destaque para as criações de Rafael Bordalo Pinheiro, iniciadas na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha, entre 1884 e 1907. Ao longo do tempo, outras artes além da cerâmica aqui prosperaram, como a pintura e a escultura, fazendo das Caldas da Rainha um centro de artes plásticas, onde se destacaram nomes como os de José Malhoa, António Duarte e João Fragoso.

4 comments:

Anonymous said...

Preciso conhecer. Anotado.

Susana Garcia Ferreira said...

Bonita essa terra.Beijinhos

Mena G said...

Vejam só no que deu a doença da Rainha! :)

João Menéres said...

Óptima imagem, Jorge, que só o Inverno permite.
Admiro as suas lições de História.