17.1.15

NA TERRA DA MUMADONA - V

A espada de D. Afonso Henriques está envolta em mistério. A que está exposta no museu militar do Porto, terá sido retirada do túmulo dele em 1832(?) na presença de D. Miguel. Um acto que foi noticiado na «Gazeta de Lisboa» nº 268: "A sua caveira estava inteira, e mostrava ainda todos os dentes no seu logar menos um; as dimensões do craneo, e mais partes da cabeça eram grandes, e proporcionados os ossos dos braços e pernas, os quaes comparando-se com os da figura superior do tumulo se achou perfeitamente coincidirem com as dimensões respectivas, tendo 10 palmos (2,20m) de comprimento, como refere a História haver tido de altura o herói". O Rei Conquistador era assim um gigante de meter medo ao susto. A espada pesaria 5 quilos e rapava cabeças a mais de dois metros de distância. Ainda hoje se usa a expressão "comprida como a espada de Afonso Henriques" para designar, por exemplo, uma intervenção chata, um monólogo que nunca mais acaba, um discurso intragável... Mas espada está envolvida em mistério, pois parece que afinal era do século XV. E as proporções agigantadas do rei podem ter sido mitificadas ao longo da História. Em Julho de 2006, esteve marcada mais uma abertura do túmulo, a fim de se analisarem os restos mortais com os métodos modernos. O grande historiador Prof. Mattoso afirmou: «Vai ser interessante comparar essa ideia com os resultados dos exames antropológicos sobre toda a compleição física». O acto estava a cargo de Eugénia Cunha, investigadora da Universidade de Coimbra, mas foi cancelado, à última da hora, pelo IPPAR. Talvez melhor assim, não se vá ainda descobrir que o homem era anão ou, pior do que isso, filho do Egas Moniz, como muitos defendem.

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2 comments:

daga said...

Excalibur :) tudo mitos, tudo lendas, mas obras heróicas também! o sonho do homem é concretizado na sua obra e mais tarde nasce o mito que "é o nada que é tudo" :)

João Menéres said...

Esta escultura é de autoria do João Cutileiro.