23.4.15

MORTE TIBETANA - EPÍLOGO

O meu amigo Rui Oliveira, com quem tenho vindo a trocar estas impressões sobre "a morte Tibetana", deu-me a visão em que acredita. Uma vida difícil feita de meditação, dietas, vencimento do ego, frustrações, derrotas e vitórias. Um processo complexo que visa aumentar a consciência e, assim, promover a sucessiva reencarnação numa vida cada vez mais espiritual. No limite atingiremos os 100% de consciência e aí o corpo não passa de invólucro incómodo a descartar com urgência. Vendo bem, as grandes religiões do mundo dizem todas o mesmo. Todas têm um fundo budista que acredita na reencarnação, na ressurreição, na ascensão ao paraíso... E o castigo é o inferno, o Hades, a ausência do paraíso mais as suas virgens impolutas, a repetição de vidas sobre vidas sem progresso consciencial... Vai tudo dar ao mesmo. A imaginação humana não tem limites para justificar a morte e para ultrapassar a putrefacção da carne. Os cientologistas até acreditam no extraterrestre Xenu! Eu que procurava uma coisa simples, acabo por ficar nos católicos. Primeiro, porque sem grande esforço posso sempre redimir-me numa confissão sincera feita a qualquer padre ao virar da esquina. Depois, porque em última análise, tenho sempre a extrema unção que facilita imenso a vida aos moribundos mais empedernidos. Mas uma coisa tenho de admitir: é admirável o esforço permanente que um tibetano tem de fazer. E isso, seguramente, mesmo que não releve para qualquer vida renovada, é um desafio integral que só pode criar melhores pessoas nesta vida. O esforço vale. Obrigado Rui.

4 comments:

João Menéres said...

Reencarnar não sei quantas vezes ?
- Desta vida já levo martírios e prazeres bastantes.
Cumpri, pois fiz filhos, livros e plantei árvores.
Quando chegar a minha hora, quero é descansar !

Um abraço para os dois ( Rui e Jorge ).

Jorge Pinheiro said...

Correu tudo bem?

João Menéres said...

Está tudo relatado, ontem às 19:44.

Jorge Pinheiro said...

JÁ VI QUE FOI ADIADO.