Eram sete da manhã. O “Gordo” sentou-se na esplanada da Pastelaria KateKero,
ali junto ao mercado de Lagos. Pediu um galão e duas sandes de queijo. Devorou
o pequeno-almoço com precisão quase militar. Pediu um café duplo com
“cheirinho” e encostou-se na cadeira de palha, acendendo o primeiro cigarro da
manhã. Ao lado, uma mesa ruidosa de vendedores de peixe comentava os incidentes
e especulava sobre os culpados. Um homem grande, de careca reluzente,
sobressaia pela voz aguda e a cerrada pronúncia algarvia: “Olha aí, Vivaldo,
vais ver que o culpado foi o teu cação. Deve ter sido ele que explodiu a bomba
e fugiu com o detonador”. Viegas ria muito alto e explicava aos colegas
como Vivaldo encontrara o cartão de telemóvel nas tripas do cação. “É
verdade, já ouviste as mensagens? Não me digas que deitaste fora o
“chip”?” Nesta altura, “o Gordo” começou a ficar interessado e não resistiu
a entrar na conversa. “Desculpem meter-me, mas sou da Judiciária e nunca
devemos desprezar uma pista. Acha que me pode entregar esse “chip”. Nós temos
processos para extrair toda a informação. O mais certo é não interessar para
nada e devolvo. Pode ser?” Vivaldo encolheu os ombros, meteu a mão no bolso
das calças e displicentemente entregou o cartão ao inspector.
(Continua)
5 comments:
Segue para LINHA !
gosto gosto gosto !
Fantástica ilustração. Tudo perfeito.
Oi Jorge,
Ajuda a divulgar isso, por favor.
A ocupação do
prédio que ia virar poeira... fuhh
http://papagaiomudo.blogspot.com.br/2013/10/ocupacao.html
Att.,
Gustavo
a foto mesmo a condizer! muito bom :)
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