Levanto-me. Tropeço até ao chuveiro. Banho frio de pseudo-água. Ligo o computador em modo diurno. Engulo as habituais pastilhas de protecção ambiental. Analiso a quantidade e qualidade dos poluentes atmosféricos que fazem hoje. Coloco a máscara adequada e o fato a condizer. Ligo os neurónios aos atacadores dos sapatos para aproveitar a energia cinética. Acciono a aquidade visual em modo de poupança (10 metros).
Clico no botão "interface" e vou ao link "leilão-transportes colectivos". Aguardo a melhor oferta. Introduzo o cartão intermodal de crédito e dirijo-me ao "ponto de interesse primário". Desta vez é um "mini-bus" partilhado por 4 ucranianos, 3 chineses e 2 romenos, quase todos pretos. O "bus" opta, automaticamente, pela rota insonorizada da radial mista de circunvalação externa suburbana multifuncional no eixo sinérgico Zénite-Nadir.
Três horas depois chego ao local de trabalho. Passo as barreiras esterlizadoras. Dirijo-me directamente ao ginásio. Mexo-me até o "toxímetro" chegar ao ponto de electrólise. Estoirado, mas com o ritmo cardíaco sustentável, vou para o meu posto de trabalho. Recebo o subsídio de mobilidade e a senha de raccionamento diária de oxigénio. Regresso imediatamente a casa com a sensação de dever cumprido.
Sento-me frente ao plasma a ver jogos de robótica pesada, alimentado a injecções de tofu e seitan. Nove da noite. O alarme ecológico apita. Apago de imediato as luzes. Computador em modo de "stand-by". Tropeço até à cama. Adormeço com ligeira falta de ar...
jp
ET: este post foi inspirado num seminário sobre a "Semana Europeia da Mobilidade", onde estive ontem, e que contou com a participação de oradores perfeitamente sustentáveis e muito bem sustentados.
1 comment:
Abençoada inspiração. Provavelmente adormecia num colóquio desses, ou talvez não.
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