Há uns anos éramos bombardeados por anedotas "cliché" entre garfadas de circunstância: "sabes aquela...". Tínhamos de simular um sorriso, enquanto suportávamos alarves gargalhadas dos restantes comensais.
Com os alvores da net, logo apareceram as incidiosas "piadolas em pirâmide", passadas e repassadas de reencaminhamento em reencaminhamento, até nos entupirem a caixa de correio, exigindo limpeza diária antes que se esgote a capacidade e a paciência.
Sempre achei fascinante saber como nascem estas piadolas. Quem no seu anonimato, se dá ao trabalho de inventar as histórias; de as trabalhar graficamente; de as divulgar. Quem será? Porque fazem isto? O que os move? Não cobram direitos de autor... Não recebem à peça...! São piores que "blogers". Nós ainda temos o "feed-back" dos visitantes ou dos comentários. Eles nada!
Agora, porém, a piada está por todo o lado. Nos anúncios, no You Tube, nas rádios, nas televisôes. Agora já não são piadolas esporádicas ou de salão. Piadas inventadas por um agente isolado. Agora a piada massificou-se. É obrigatória. Rimo-nos todos da mesma coisa. São piadas de autor, com produtor e receita infalível. Apareçeram as empresas da piadola. Surgiu a indústria do riso. Centenas de profissionais elaboram afanosa e diariamente aquilo com que os "palhaços ricos" nos vão intoxicar de riso. Tudo o que o patético Herman, os recém-institucionalizados Gatos ou o pseudo-irreverente Bruno Nogueira dizem, tem por trás uma máquina de planeamento, concepção e distribuição que nada deixa ao acaso... Nada, excepto a nossa espontâneidade! Pessoalmente, continuo a não me conseguir rir quando me dizem que esta é para rir!
jp
9 comments:
Pois eu, caro, Expresso, há poucas coisas que me não façam rir. As que são para rir e as que não são para rir. Enfim, meu amigo, isto do humor tem as suas armadilhas, não nego, mas ter esse preconceito anti-piadola parece-me um bocadinho exagerado. Nem que seja só para contrariar aqueles senhores muito sérios que na nossa juventude nos garantiam ameaçadores que "muito riso, pouco siso !"
Só agora reparei : Links no teu blog ? Viva o luxo !!!
Pois é Al Kantara,
o Expresso está a esmerar-se quer no humor ( ou falta dele ? ) quer na tecnoligia de pôr links.
Abraços
Só vim fazer uma visita. Picar o ponto.
Bjo
Olá!
Concordo contigo...gosto de rir ...expontâneamente, com coisas simples...com humor inteligente...sem " preciosismos" baratos...
Por ezes quando todos estão a rir...eu simplesmente fico perplexa!!!
Onde está a piada??? Foi tão rtápida que eu não apanhei?? ou nem existiu???
Beijos
MJF: Ainda bem que alguém me compreende!
Al-Kantara: Conhecia o riso amarelo. Pelos vistos tb. há o cinzento?! Acho bem que se riam de qq coisa, agora só porque "dantes" não se podia, parece-me uma noção de liberdade um pouco anquilosada, mas...
Caro Expresso, não é "só porque dantes não se podia". É simplesmente porque é mais divertido....
OK, se tu achas, diverte-te.
O humor é uma forma como qualquer outra de comunicação, bastante espontânea e por vezes muito criativa. Quais são as formas de comunicação que hoje em dia não podem ser industrializadas e massificadas? Ou será que há pessoas que não tendo jeito para contar anedotas desprezam o humor?
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