7.4.08

EU NÃO SOU DE NINGUÉM

Eu não sou de ninguém!... Quem me quiser há-de ser luz do Sol em tardes quentes; nos olhos de água clara há-de trazer as fúlgidas pupilas dos videntes! Há-de ser seiva no botão repleto, voz no murmúrio do pequeno insecto, vento que enfuna as velas sobre os mastros! Há-de ser Outro e Outro num momento! Força viva, brutal, em movimento, astro arrastando catadupas de astros!
Florbela Espanca

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