No séc. XVIII a vila terminava, a sul, no Rossio de Santo Amaro, como então se chamava à zona envolvente da capela de Santo Amaro que ocupava o cume da colina do mesmo nome. Havia aí algumas casas térreas com quintais que pagavam foro à Confraria de Nossa Senhora da Conceição dos Mareantes da Carreira da Índia, nome que vinha dos tempos de D. Manuel I. Este rei era devoto de Santo Amaro, a cuja intervenção recorria para alívio dos males dos ossos, não sabemos com que resultados. Frequentava a capela e "comprazia-se muito da bela vista de mar que dali se disfrutava". Tal era a devoção que promoveu a reconstrução da ermida a rogo da Confraria. A capela mantém-se no lugar. Porém, hoje o Rossio converteu-se no Largo Luís Pereira da Mota (benemérito da Ordem da N. Srª da Conceição). Dali se desce para a estação-apeadeiro e para a praia, únicos locais cuja toponimia manteve a ligação hagiográfica a Santo Amaro.
Mas foi com a família Carvalho e Melo que Oeiras iniciou a sua ascensão. Em 1676 Sebastião José de Carvalho e Melo, avô do marquês, adquiriu um conjunto de propriedades rústicas, assim iniciando o latifúndio dos Carvalhos, em Oeiras. Depois foi seu filho, o cónego arcipreste Paulo de Carvalho e Ataíde que ampliou o património fundiário, acabando por instituir um morgadio, à hora da morte (1737), para que o núcleo se não dissipasse. A "Casa de Oeiras" foi transmitida a seu sobrinho, Sebastião José de Carvalho e Melo, o qual com o apoio dos dois irmãos solteiros, a ampliou e consolidou. Entre as quintas que haviam sido compradas pelo tio arcipreste, estava a quinta do Valverde, que passou a chamar-se Quinta de N. Srª das Mercês, padroeira dos Carvalhos, e nela se construíu a casa nobre, hoje conhecida por Palácio do Marquês. A antiga quinta do Valverde, e outras entretanto adquiridas, integram hoje os jardins do Palácio, o jardim público de Oeiras e é sobre ela que passa a Ponte de Santo Amaro.
jp
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