Charles-Édouard Jeanneret, "Le Corbusier" (Corbu, para os amigos) nasceu a 6/10/1887, na Suiça, e morreu de ataque cardíaco em plena natação atlântica em 1965, tinha 78 anos.
É um dos arquitectos mais importantes (se não o mais importante) do séc. XX e um dos pilares da arquitectura moderna, juntamente com Mies van der Rohe, Frank Lloyd Wright e Oscar Niemeyer. Em 1943 é publicada a célebre "Carta de Atenas" que integra os princípios da Escola Moderna de Arquitectura que influenciou durante décadas a arquitectura e o urbanismo.
A exposição integra desenhos, maquetas, fotografias, filmes, peças de mobiliário e obras de diversos artistas, de Braque a Picasso e a Mondrian e que fazem parte da Fundação Le Corbusier, de Paris.
Le Corbusier foi sempre polémico nas propostas que fazia. Ficou conhecido pelas suas linhas direitas e pelos apartamentos desenhados como peças de lego que se encaixam em grandes blocos habitacionais ou arranha-céus, com espaços ajardinados intervalados, num urbanismo racionalista levado ao extremo. O jogo dialético entre privacidade e publicidade é um dos temas centrais do seu trabalho. Na foto pode ver-se um projecto (rejeitado) para renovação de parte da cidade de Paris, o famoso "Plan Voisin", que ocuparia o lado direito da Île de France, destinado a 3 milhões de pessoas.
O design de interiores é uma das suas preocupações, bem como o aproveitamento de todos os espaços disponíveis. São dele inúmeras peças de mobiliário que ainda hoje vemos à venda nas lojas da especialidade, com inegável modernidade. A pertir de 1950 começa também a dedicar-se à escultura e à pintura. Segundo ele, "Não há escultores só, pintores só, arquitectos só. O acontecimento plástico realiza-se numa forma una ao serviço da poesia".
A sensação que se tem ao percorrer a exposição, é a de que fomos transportados aos anos cinquenta. De repente entramos num filme de Jacques Tati. O ambiente de "Play Time" não cessa de nos alucinar.
Nova Oeiras, o bairro onde vivo, é um dos exemplares nacionais e europeus mais representativos da influência corbusiana na arquitectura e urbanismo. Torres e blocos de linhas rectas, espaçados entre si, com uma penetração no espaço público numa lógica orgânica. Espaços verdes bem arborizados, constituindo pequenos bosquetes, entremeados com zonas de clareira e rodeados por moradias com jardim. Garanto-vos que é bem agradável. Vejam em cima algumas fotos e consultem o site da Associação de Moradores (link AMNO)... e apareçam quando quiserem.
jp
5 comments:
Será Mies van der Rohe??
Está corrigido. Obrigado.
Fui ver a exposição de Le Corbusier -o acrobata da forma, o poeta plástico- e reforcei a ideia de que o homem, como todos os clássicos intemporais, estava à frente, muito à frente, do seu tempo. Recomendo!
Concordo. Uma exposição essencial para estudantes de arquitectura e de design e, em geral, para todos, já que Le Corbusier influenciou decisivamente o nosso universo urbano.
Tenho esta para ver na agenda
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