29.8.08

TURISMO CATÓLICO

Havia Jerusalém e Roma. Depois inventaram Lurdes. A Península Ibérica mantinha-se fora do “turismo religioso”.
O “turismo religioso” era já uma actividade muito lucrativa desde o distante ano de 326, data em que Helena, mãe do imperador Constantino, se dirigiu a Jerusalém e descobriu o Santo Sepulcro. Na ocasião, a “imperatriz” descobriu também a Verdadeira Cruz, iniciando a “caça à relíquia”, passatempo que se viria a revelar um sucesso, de tal forma que no séc. XVI, segundo Erasmo, seria possível construir um navio mercante com os fragmentos dessa Cruz!
Santiago de Compostela, setecentos anos mais tarde, viria a ser um êxito. Um verdadeiro “case study” de marketing turístico que lhe garantiu a primazia religiosa na Península durante mais de nove séculos. Os portugueses, para variar, deixaram-se antecipar. Só no séc. XX se lembraram de Fátima.
jp

8 comments:

Manuela Araújo said...

Chegou mais tarde, mas ainda vamos muito a tempo e tendo em conta a "crise económica e social" que assola o país e o mundo, parece-me que o negócio vai continuar a prosperar...

Silvares said...

O templo tem, afinal, muita coisa para vender.

Anonymous said...

Até têm garrafões de 5 litros de água benta. Ou benzida, não sei. Dizem eles.

Anonymous said...

Mme. P.S.C. trabalha no setor de turismo religioso, sempre em expansão ( quando não surge alguma efervescência lá pelo Oriente Médio ). Envia grupos e grupos à Terra Santa e arredores além dos santuários europeus.
A fé é um assunto muito interessante e essas peregrinações , no sentido moderno do termo - feitas by airplanes à jato e em bons hotéis - tem aspectos curiosos.
São grupos de pessoas de mais idade, imagine dizer a um católico praticante que vai conhecer a casa onde, realmente, Maria viveu. Ou todos os sítios bíblicos. As pessoas tem a realização física dos locais que tanto ouviram falar em infinitas missas.

Isabel Magalhães said...

Prefiro a teoria da Fina d'Armada... ;)

Jorge Pinheiro said...

Manuela e Silvares: é preciso é imaginação. O céu é o limite!
Rose: eu não bebo (agora...)
Peri: é de facto um turismo empolgante e não tem nada de pejurativo. Para mim, que não sou crente, acho perfeitamente legítimo a visita a lugares ditos sagrados. No fundo, é igual a outro turismo qualquer. Também se vão ver as pirâmides. Já me faz confusão a exploração "ad nauseum" da crendice popular mais básica.
Isabel: Fina d'Armada? Importa-se de elaborar um pouco sobre o tema.

Isabel Magalhães said...

Bom...na teoria da Fina a Sra de Fátima é um extra-terrestre! ;)

Em relação ao Turismo religioso, porque não? Liberdade... Liberdade de expressão, Liberdade religiosa, and so on... por aí fora! ;)



NB - Eu sou crente mas quando peço peço logo a Deus, com uma excepção única - o Fernandinho de Bulhões.

Jorge Pinheiro said...

Obrigado Isabel. Gosto dessa dos extra-terrestres. Dava um bom "X-File"!