CRUZADAS (continuação)
Em 1144, Edessa foi retomada pelos muçulmanos, graças aos esforços de Zengui (ou Zinki) e do seu filho, Nur Ed-Din (ou Nuredin), o que levou à organização da segunda cruzada, pregada por S. Bernardo, em 1147. A operação viria a saldar-se por um malogro.
Esta cruzada tinha características diferentes da anterior: os cruzados já não estavam dependentes dos tribunais laicos, mas sim dos eclesiásticos; todas as suas dívidas eram canceladas; podiam pedir emprestado sem juro (?). Outra novidade era que os reis, desta vez, conduziam os seus povos.
Foi assim que o imperador Conrado III conduziu os alemães e o rei Luís VII dirigiu os franceses. Mas nem isso evitou o desastre…
O fracasso desta cruzada encheu a Europa de pasmo. São Bernardo, esse visionário, que tantos homens enviara para a morte, ouviu severas críticas (nomeadamente, do filósofo Abelardo), tendo replicado que "os desígnios de Deus são insondáveis"!
Entretanto, em 1171, o decadente califado fatímida do Egipto, apesar de uma aliança com o rei de Jerusalém, Amaury (1162-1174), é conquistado por Chirkuh, lugar-tenente de Nuredin. Chirkuh morre de seguida, após comemorações demasiado "copiosas", deixando o vizirato entregue ao seu jovem sobrinho Saladino (Yasuf Salah Ed Din). Ambos eram de origem curda. Saladino inicia a reunificação do Islão e iria provocar graves problemas aos cruzados: em 1174 apodera-se de Damasco e, em 1183, de Alepo. Em seguida consegue retomar Jerusalém, em 1187, reduzindo o reino cristão à região de Tiro, após a morte de Balduíno IV (o "Rei Leproso").
Para esta situação, muito terão contribuído as divisões entre os "reinos cruzados", nomeadamente o infame comportamento de Renaud de Châtillon e também o "sinuoso" percurso dos bizantinos, sempre prontos a contemporizar com os Turcos, temendo o poder crescente dos Francos. Virão, seguramente, a arrepender-se mais tarde, aquando da "turquização" do Egipto e, ainda mais tarde, aquando da queda de Constatinopla (1453).
A sucessão do "Rei Leproso" (que, aliás, sempre mereceu grande respeito por parte de Saladino), determinou a reconquista de Jerusalém pelos muçulmano-turcos.
Sem entrar em detalhes, houve, na altura, vários partidos, muitas intrigas de amor e "fumos" de corrupção. Retenho, apenas, as dúvidas quanto ao papel desempenhado pelo então Grão Mestre da Ordem dos Templários, Gérard de Ridefort… Após a derrota total, frente aos exércitos de Saladino, apenas o Grão-Mestre terá sido poupado, mas a clemência de Saladino é estranha, tanto mais que todos os cavaleiros do Templo e do Hospital foram decapitados.
Quanto ao "gangster" Renaud de Châtillon ficou sem um braço, pelas mãos do próprio Saladino, depois de manifestar toda a sua insolência, considerando que o "banditismo é privilégio dos reis" … Os oficiais de Saladino acabaram com ele.
Na batalha que antecedeu a reconquista muçulmana de Jerusalém, entre os despojos ficou o estandarte de batalha dos cristãos: a Vera Cruz.
A entrada de Saladino em Jerusalém, a forma como aceitou a libertação e o resgate dos cristãos (os indigentes chegaram a ser pagos do seu próprio bolso), constituem, a meu ver, uma operação mediática de grande alcance político.
Em 1144, Edessa foi retomada pelos muçulmanos, graças aos esforços de Zengui (ou Zinki) e do seu filho, Nur Ed-Din (ou Nuredin), o que levou à organização da segunda cruzada, pregada por S. Bernardo, em 1147. A operação viria a saldar-se por um malogro.
Esta cruzada tinha características diferentes da anterior: os cruzados já não estavam dependentes dos tribunais laicos, mas sim dos eclesiásticos; todas as suas dívidas eram canceladas; podiam pedir emprestado sem juro (?). Outra novidade era que os reis, desta vez, conduziam os seus povos.
Foi assim que o imperador Conrado III conduziu os alemães e o rei Luís VII dirigiu os franceses. Mas nem isso evitou o desastre…
O fracasso desta cruzada encheu a Europa de pasmo. São Bernardo, esse visionário, que tantos homens enviara para a morte, ouviu severas críticas (nomeadamente, do filósofo Abelardo), tendo replicado que "os desígnios de Deus são insondáveis"!
Entretanto, em 1171, o decadente califado fatímida do Egipto, apesar de uma aliança com o rei de Jerusalém, Amaury (1162-1174), é conquistado por Chirkuh, lugar-tenente de Nuredin. Chirkuh morre de seguida, após comemorações demasiado "copiosas", deixando o vizirato entregue ao seu jovem sobrinho Saladino (Yasuf Salah Ed Din). Ambos eram de origem curda. Saladino inicia a reunificação do Islão e iria provocar graves problemas aos cruzados: em 1174 apodera-se de Damasco e, em 1183, de Alepo. Em seguida consegue retomar Jerusalém, em 1187, reduzindo o reino cristão à região de Tiro, após a morte de Balduíno IV (o "Rei Leproso").
Para esta situação, muito terão contribuído as divisões entre os "reinos cruzados", nomeadamente o infame comportamento de Renaud de Châtillon e também o "sinuoso" percurso dos bizantinos, sempre prontos a contemporizar com os Turcos, temendo o poder crescente dos Francos. Virão, seguramente, a arrepender-se mais tarde, aquando da "turquização" do Egipto e, ainda mais tarde, aquando da queda de Constatinopla (1453).
A sucessão do "Rei Leproso" (que, aliás, sempre mereceu grande respeito por parte de Saladino), determinou a reconquista de Jerusalém pelos muçulmano-turcos.
Sem entrar em detalhes, houve, na altura, vários partidos, muitas intrigas de amor e "fumos" de corrupção. Retenho, apenas, as dúvidas quanto ao papel desempenhado pelo então Grão Mestre da Ordem dos Templários, Gérard de Ridefort… Após a derrota total, frente aos exércitos de Saladino, apenas o Grão-Mestre terá sido poupado, mas a clemência de Saladino é estranha, tanto mais que todos os cavaleiros do Templo e do Hospital foram decapitados.
Quanto ao "gangster" Renaud de Châtillon ficou sem um braço, pelas mãos do próprio Saladino, depois de manifestar toda a sua insolência, considerando que o "banditismo é privilégio dos reis" … Os oficiais de Saladino acabaram com ele.
Na batalha que antecedeu a reconquista muçulmana de Jerusalém, entre os despojos ficou o estandarte de batalha dos cristãos: a Vera Cruz.
A entrada de Saladino em Jerusalém, a forma como aceitou a libertação e o resgate dos cristãos (os indigentes chegaram a ser pagos do seu próprio bolso), constituem, a meu ver, uma operação mediática de grande alcance político.
jp
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