28.2.09

TEMPLÁRIOS REVISITADOS - UM POUCO DE HISTÓRIA

CRUZADAS (continuação)
Na sequência destes acontecimentos, uma terceira cruzada foi organizada em 1190, quando Robert de Sablé era Grão-Mestre da Ordem do Templo.
A cruzada viria a permitir reconquistar Chipre e S.João de Acre, em 1191. Reunia Filipe Augusto, Frederico Barba Ruiva e Ricardo Coração de Leão.
Ricardo, era um jovem de trinta e quatro anos, e com o furor ardente de uma Europa jovem.
Saladino, de trinta e cinco anos, tinha, uma civilização de cinco séculos atrás de si…
Entre os dois estabeleceu-se, no entanto, uma relação de "inimigos fraternais".
Acabaram por negociar … Ricardo propôs acabar com as cruzadas, contratando o casamento da sua irmã Joana com o irmão de Saladino, Malik Al-Adil… Mas nem Joana nem o Papa estavam de acordo: rejeitaram a proposta de "Coração de Leão".
A luta continuou no eixo Jerusalém-Jafa, com êxitos repartidos… Foi nesse período que, quando Ricardo teve uma violenta crise de paludismo, Saladino lhe enviou peras, pêssegos, sorvetes de neve do monte Hermon ("Sorbet" é uma palavra árabe), bem como o seu médico…
A 3 de Setembro de 1192, os dois "heróis" assinaram uma paz de três anos, três meses e três dias, estabelecendo a partilha da Palestina, em conformidade com as situações adquiridas: para os Francos, as cidades costeiras, desde de Acre até Jafa; o interior, com Jerusalém incluída, para Saladino, que garantia a livre circulação e a protecção dos peregrinos aos Lugares Santos… Uma verdadeira "entente cordiale" (que aliás, muito agradou às frotas venezianas…)
Ricardo, que entretanto voltara a Inglaterra para pôr fim às pretensões ao trono do seu irmão João-Sem-Terra, morreu em 1196 com a idade de 55 anos, sem mais voltar ao Oriente, três anos após a morte de Saladino e do Grão-Mestre dos Templários, Robert de Sablé.
Saladino, deixava aos seus dezassete filhos um império… e quarenta e sete dinares.

Em 1199, foi decidida a quarta cruzada, sob o alto patrocínio do Papa Inocêncio III, a qual teve muitas dificuldades para se pôr a caminho. Quando os cruzados avistaram Constantinopla, em 1204, esqueceram os seus objectivos. Pilharam aquele reino cristão e organizaram os Estados Latinos da Grécia (1204).
Como já se referiu, acabaram aqui quaisquer veleidades de ainda poder haver reconciliação para o "cisma" cristão.
É no dealbar deste séc. XIII que Wolfram Von Eschenbach escrevia o seu Parzifal onde os Templários apareciam como "guardiões do Graal".

Depois de se ter desviado do seu objectivo, para pilhar o reino bizantino, a cavalaria ocidental (nomeademente, a francesa) deve ter dito a si própria que não era necessário ir tão longe para enriquecer. Em 1208, foi preparada nova cruzada, a quinta, que, na prática consistiu em ir sangrar o Sul de França (o Languedoc), onde os Cátaros opunham a sua heresia a um clero local pouco convincente, porque demasiado corrompido. Os barões do Norte preferiram ir matar os Albigenses a esbarrarem nas cimitarras dos muçulmanos (curiosamente muitos Cátaros terão ingressado na Ordem do Templo, enquanto São Bernardo, protector da Ordem, se encarniçava contra a "heresia”. Contradições ou talvez não...!).
jp

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