20.3.09

ARTE PÉSSIMA III

Uma rolha? Um saca-rolhas? Uma garrafa abortada? Um buraco de agulha? Talvez a estreita entrada para o Paraíso... Estamos em Lamego. Bispo, cónegos. ilustres prelados. Gente nobre, brasonada. Reis e rainhas. Todos por aqui passaram engrandecendo esta terra rica em palácios e solares, igrejas e capelas. Por todo o lado se respira a densidade de um passado intenso e respeitável. Pois foi neste ambiente nobre e sério que alguém descobriu a necessidade de produzir uma rotunda pequenina, quase minimalista, logo povoada de amores-perfeitinhos, muito queridos, e enxameada de sinais de trânsito, para os carros circularem em círculo, olhando a magnífica Sé e o Paço Episcopal atrás e assim demorarem mais tempo nas arquivoltas do trânsito espiralado. A coisa podia ter ficado assim. Mas não! O homem quer... a obra nasce. E neste caso nasce uma "coisa" vinda do nada e que ao nada há-de voltar. O seu autor esconde-se no anonimato de quem não quer ser eternizado. Como eu o compreendo! Lamego ficou com esta "coisa" e a "coisa" todos os dias pensa se não terá havido engano no destino!
jp

6 comments:

sodona.leide said...

isso é o jogo do pacman... tá-se mesmo a ver!

Anonymous said...

ou porque não uma PEN? ...é só puxar pela imaginação :)

Anonymous said...

Pior que a falta de obras de arte, são as péssimas obras de arte.

Lília Abreu said...

Bem, com esta tua publicidade, qualquer Lamego passa a ser conhecida por esta rotunda, rs... o resto, o resto são amendoíns... Ora, arte é arte!

Silvares said...

Pior que não sei o quê. Realmente há artistas que não se parecem com (quase) nada.

Anonymous said...

Vejo que todos gostaram. É bom quando há unanimidade, mesmo que seja por um péssimo motivo!