TENDO RECEBIDO VÁRIOS PEDIDOS PARA DAR MAIOR CONTINUIDADE AOS EPISÓDIOS DESTA SÉRIE, PASSAREI A EDITAR OS "TEMPLÁRIOS REVISITADOS" ÀS 2ª, 4ª E 6ª FEIRAS.
CRUZADAS (continuação)
Entretanto, como já vimos, no Egipto, os Turcos Mamelucos, esses "oficiais escravos", tinham tomado o poder. Os seus métodos reflectem o endurecimento e a intransigência de um mundo árabe assaltado por todos os lados. Eles batem-se por todos os meios: sem escrúpulos, nem compromissos…
Os Mongóis, na sua invasão, tinham contado com o apoio activo de alguns reinos cristãos da Síria (nomeadamente, de Antioquia) ou com a mera tolerância de outros (caso de Acre).
Os Mamelucos, após a sua consolidação no Egipto e a derrota dos Mongóis, viram-se contra os cristãos, com o pretexto acrescido do apoio dado aos invasores asiáticos.
Em 1271, cai a temível fortaleza Qal’at as-Hisn al-Akrad, o Krac dos Cavaleiros, que nem Saladino[1] lograra subjugar. Seguem-se Antioquia e Tripoli…
Os cristãos estão agora limitados a Acre, com quem os turcos ainda chegam a celebrar um tratado de não agressão, já que a cidade não tinha apoiado declaradamente os Mongóis. Acre ainda se mantém, até com alguma prosperidade comercial, incentivada pelos próprios turcos.
Na Europa, após um período conturbado entre o excomungado Frederico II e Inocêncio IV, sucessor do papa Gregório IX, período em que, como já referimos, Jerusalém volta ao poder dos Turcos, o Imperador Germano acaba por morrer em 1250, absolvido pelo papa, mas sem mais ter podido (ou querido), ajudar as cruzadas.
Foi a Luís IX (S. Luís), que coube “fazer as despesas” das últimas duas cruzadas. O papa, em todo o tempo das suas enlouquecedoras questões com Frederico II, não deixava de buzinar aos ouvidos de Luís IX uma nova cruzada que retomasse Jerusalém, perdida em 23 de Abril de 1244, (para algumas tribos turcas, perseguidas pelos Mongóis).
S. Luís, que se inquietava por não amar suficientemente o seu próximo, que andava vestido de lã grosseira, que se autoflagelava e se privava de vinho, de que gostava, para apenas beber cerveja, que detestava… fez, nesse ano de 1244, voto de se tornar cruzado, se se restabelecesse de uma grave doença, que entretanto o importunava.
Curou-se e avançou para Oriente. É a sétima cruzada, fortemente desaconselhada pelos Templários: desembarque no Egipto; fácil tomada de Damieta; depois, o afundar do exército nas areias movediças do Nilo; a fome, o escorbuto, o tifo; a retirada; o desastre e o rei feito prisioneiro.
Liberto contra um fabuloso resgate, logo inicia a pregação de nova cruzada, a oitava e última.
Em 1270, S. Luís, que nunca percebera nada e nem retirara as lições da primeira campanha, encontrou a morte em frente a Túnis.
Em 1282, foi concluída uma trégua de dez anos com o Egipto (já governado pelos Mamelucos) e assinado um tratado com o “reino” de S. João de Acre, de que já falámos.
Por essa altura, os Cavaleiros Teutónicos desanimavam e decidiam levar as suas armas mais para Norte e criar o reino da Prússia.
Em 1285, Filipe IV, o Belo, subia ao trono da França.
No Oriente só restava S. João de Acre. Porém, uma tentativa de auxílio desastrada dos europeus de Ocidente, acaba com a indulgência dos Turcos que, comandados pelo sultão Khalil, a 17 de Junho de 1291, conquistou Acre, que é completamente destruída.
No decurso do combate foi morto o Grão-Mestre dos Templários, Guilherme de Beaujeu. Os Templários retiraram-se para Chipre.
A Terra Santa foi perdida e evacuada. A “sede internacional” da Ordem do Templo deixou de ser Jerusalém.
[1] O Krac dos Cavaleiros erguia-se na fronteira Norte do Condado de Tripoli, actualmente na Síria. Em 1957 foi rebaptizado Qal’at Salah-ed-Din, em honra de Saladino.
Entretanto, como já vimos, no Egipto, os Turcos Mamelucos, esses "oficiais escravos", tinham tomado o poder. Os seus métodos reflectem o endurecimento e a intransigência de um mundo árabe assaltado por todos os lados. Eles batem-se por todos os meios: sem escrúpulos, nem compromissos…
Os Mongóis, na sua invasão, tinham contado com o apoio activo de alguns reinos cristãos da Síria (nomeadamente, de Antioquia) ou com a mera tolerância de outros (caso de Acre).
Os Mamelucos, após a sua consolidação no Egipto e a derrota dos Mongóis, viram-se contra os cristãos, com o pretexto acrescido do apoio dado aos invasores asiáticos.
Em 1271, cai a temível fortaleza Qal’at as-Hisn al-Akrad, o Krac dos Cavaleiros, que nem Saladino[1] lograra subjugar. Seguem-se Antioquia e Tripoli…
Os cristãos estão agora limitados a Acre, com quem os turcos ainda chegam a celebrar um tratado de não agressão, já que a cidade não tinha apoiado declaradamente os Mongóis. Acre ainda se mantém, até com alguma prosperidade comercial, incentivada pelos próprios turcos.
Na Europa, após um período conturbado entre o excomungado Frederico II e Inocêncio IV, sucessor do papa Gregório IX, período em que, como já referimos, Jerusalém volta ao poder dos Turcos, o Imperador Germano acaba por morrer em 1250, absolvido pelo papa, mas sem mais ter podido (ou querido), ajudar as cruzadas.
Foi a Luís IX (S. Luís), que coube “fazer as despesas” das últimas duas cruzadas. O papa, em todo o tempo das suas enlouquecedoras questões com Frederico II, não deixava de buzinar aos ouvidos de Luís IX uma nova cruzada que retomasse Jerusalém, perdida em 23 de Abril de 1244, (para algumas tribos turcas, perseguidas pelos Mongóis).
S. Luís, que se inquietava por não amar suficientemente o seu próximo, que andava vestido de lã grosseira, que se autoflagelava e se privava de vinho, de que gostava, para apenas beber cerveja, que detestava… fez, nesse ano de 1244, voto de se tornar cruzado, se se restabelecesse de uma grave doença, que entretanto o importunava.
Curou-se e avançou para Oriente. É a sétima cruzada, fortemente desaconselhada pelos Templários: desembarque no Egipto; fácil tomada de Damieta; depois, o afundar do exército nas areias movediças do Nilo; a fome, o escorbuto, o tifo; a retirada; o desastre e o rei feito prisioneiro.
Liberto contra um fabuloso resgate, logo inicia a pregação de nova cruzada, a oitava e última.
Em 1270, S. Luís, que nunca percebera nada e nem retirara as lições da primeira campanha, encontrou a morte em frente a Túnis.
Em 1282, foi concluída uma trégua de dez anos com o Egipto (já governado pelos Mamelucos) e assinado um tratado com o “reino” de S. João de Acre, de que já falámos.
Por essa altura, os Cavaleiros Teutónicos desanimavam e decidiam levar as suas armas mais para Norte e criar o reino da Prússia.
Em 1285, Filipe IV, o Belo, subia ao trono da França.
No Oriente só restava S. João de Acre. Porém, uma tentativa de auxílio desastrada dos europeus de Ocidente, acaba com a indulgência dos Turcos que, comandados pelo sultão Khalil, a 17 de Junho de 1291, conquistou Acre, que é completamente destruída.
No decurso do combate foi morto o Grão-Mestre dos Templários, Guilherme de Beaujeu. Os Templários retiraram-se para Chipre.
A Terra Santa foi perdida e evacuada. A “sede internacional” da Ordem do Templo deixou de ser Jerusalém.
[1] O Krac dos Cavaleiros erguia-se na fronteira Norte do Condado de Tripoli, actualmente na Síria. Em 1957 foi rebaptizado Qal’at Salah-ed-Din, em honra de Saladino.
(2) Na foto os Estados cristãos do Oriente por alturas das Cruzadas.
jp
1 comment:
Agora entendi porque Luis IX virou santo...e porque Jacques de Moulay estava em Chipre quando foi chamado por Filipe o Belo. O próximo capitulo deve ser meio "quente", né?
Abraços.
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