24.5.09

TEMPLÁRIOS REVISITADOS - BREVE ENQUADRAMENTO DA ORDEM

ESCOLA DE MISTÉRIOS
Os Templários teriam algo semelhante a uma Escola de Mistérios, para os membros do seu círculo interno. Este facto é evidenciado pelos símbolos e pelos monumentos deixados e revelam claramente a sua tradição esotérica.
As escolas de Mistério vêm da Antiguidade e constituíram o suporte moral e espiritual do Mundo Clássico. Pouco se ouve falar delas: por um lado, o iniciado guarda rigoroso silêncio; por outro, deu-se a perda de todos (ou quase todos) os relatos escritos da antiguidade, nomeadamente com a destruição da Biblioteca de Alexandria.

Na Antiguidade, o conceito de religião era muito diferente do que vigora nos nossos dias: a religião era a instituição que tinha em seu poder a ciência dos assuntos divinos e que “religava” o céu e a terra, o divino com o humano.
Dentro da componente esotérica, uma religião, para ser completa, tinha Mistérios Menores, muito abrangentes e Mistérios Maiores, apenas acessíveis a uma elite.
A existência dos Mistérios é fulcral para transmitir o conhecimento esotérico, que não é perceptível pela mente intelectual, mas apenas pela mente espiritual.

A palavra “mistério” vem do Grego muô, fechar a boca. O voto de silêncio é referido por todos os iniciados de todos os tempos. Silêncio, para que as cerimónias não fossem mal interpretadas; silêncio, para que os conhecimentos não fossem acessíveis para fins meramente egoístas.
Com a queda do mundo clássico, as Escolas de Mistérios foram-se tornando mais elitistas, pois não podiam facilitar a admissão de candidatos, o que lhes criou a fama de serem superstições pagãs.
Quanto ao cristianismo, nos primeiros séculos, havia “Mistérios” no seio das seitas cristãs. Depois, a hierarquia mais poderosa foi acabando com eles, ficando a religião do Ocidente limitada a uma fé exotérica (como já vimos, o Concílio de Niceia é, neste particular, um marco ao perseguir tudo o saía dos cânones aprovados). Muitos tiveram de refugiar-se em sociedades secretas e ir procurar no Próximo Oriente os mestres do esoterismo.
Neste contexto, a Ordem do Templo foi, porventura, a mais importante no renascimento cultural da Europa do séc. XII, a par com outras confrarias de pedreiros-livres (franco-maçons), com os alquimistas, com os judeus cabalistas…
No entanto, toda a procura da sabedoria fora da ortodoxia era considerada obra do diabo e punida com a pena de morte.
jp

3 comments:

Dona Sra. Urtigão said...

Perdoe-me a ignorancia revelada pela minha pergunta. Quando a alguma pergunta formulada aos católicos, respondem que isso é um Mistério, trata-se de questões investigadas por algum grupo de iniciados, então, ou sòmente trata do desconhecido ?

Maria Augusta said...

Tenho inveja destes que tem "a fé", e que atingem os mistérios de uma forma que nossa mente "intelectual" não alcançará nunca...

Jorge Pinheiro said...

Sra. Urtigão: penso que normalmente "mistério" é de facto o desconhecido, o que não se consegue explicar através da ciência ou de meios racionais. Não acredito que vulgar católico saiba ou sequer tenha ouvido falar de Mistérios Miores ou Menores na lógica deste post. Esses são os que não têm explicação, nem nunca terão e isso, segundo os gnósticos, só com o nosso corpo espiritual lá chegamos... Não sei. Só escrevo!
Maria Augusta: às vezes interrogo-me se ter fé não é pior. Uma permanente atribuição de responsabilidades a outra coisa; uma descupabilização... Enfim, sou um pequeno virgem de signo terra que vê nestas ciosas uma curiosidade intelectual.