ESCOLA DE MISTÉRIOS (CONT.)Quanto ao cristianismo, nos primeiros séculos, havia “Mistérios” no seio das seitas cristãs. Depois, a hierarquia mais poderosa foi acabando com eles, ficando a religião do Ocidente limitada a uma fé exotérica (como já vimos, o Concílio de Niceia é, neste particular, um marco ao perseguir tudo o saía dos cânones aprovados).
Muitos tiveram de refugiar-se em sociedades secretas e ir procurar no Próximo Oriente os mestres do esoterismo.
Neste contexto, a Ordem do Templo foi, porventura, a mais importante no renascimento cultural da Europa do séc. XII, a par com outras confrarias de pedreiros-livres (franco-maçons), com os alquimistas, com os judeus cabalistas…
No entanto, toda a procura da sabedoria fora da ortodoxia era considerada obra do diabo e punida com a pena de morte.
É curioso que Portugal tenha sido, desde os primeiros tempos, um local aberto aos que não seguiam o caminho da ortodoxia. Várias razões o explicarão, como veremos na Parte III. Havia um grande interesse pela procura do significado oculto das escrituras e pelo esoterismo, interesse partilhado pelos próprios reis, a começar por Afonso Henriques, que escreveu dois tratados sobre a pedra filosofal.
De todo este ambiente, resultou até um novo culto popular, com fortes marcas herméticas: o culto do Espírito Santo.
A Idade Média “subterrânea” foi também fortemente impregnada pela Cabala Judaica, a ciência secreta dos Judeus, portadora da chave numérica das escrituras (“cabala” significa tradição). Na Cabala, as letras têm um valor numérico e, a partir daí, decifram-se os significados das escrituras.
Muitos eruditos medievais estudaram a Cabala, entre eles os Templários: a Cabala era uma chave importante para aceder ao esoterismo universal; representa o renascimento para o espírito, o que, em termos esotéricos, é representado pelo baptismo, rito que, diga-se de passagem, era já praticado na Índia e na Ásia Menor, muito antes de Cristo.
Em Portugal, até D. Manuel I, os reis tiveram sempre noção da valiosa colaboração da elite judaica para a formação da nação e os judeus não foram perseguidos. Bem pelo contrário, foram-lhes dadas terras e benesses.
Em Tomar, por exemplo, a Judearia foi mandada construir pelos Templários.
Voltemos ao cristianismo dos primeiros séculos. São muitas as fontes que aludem à existência de “Mistérios”.
Cristo diz: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. (…) É por isso que eu uso parábolas para falar com eles" (Mateus, 13/11-13).
Em várias das suas epistolas, verifica-se claramente que S. Paulo era um iniciado. Apenas a título de exemplo, numa delas refere: “A letra mata, é o Espírito que dá a vida”.
E Cristo sublinha: "Se um homem não nascer de novo não poderá ver o reino dos céus”. É a “morte iniciática”, presente no esoterismo.
Muitos tiveram de refugiar-se em sociedades secretas e ir procurar no Próximo Oriente os mestres do esoterismo.
Neste contexto, a Ordem do Templo foi, porventura, a mais importante no renascimento cultural da Europa do séc. XII, a par com outras confrarias de pedreiros-livres (franco-maçons), com os alquimistas, com os judeus cabalistas…
No entanto, toda a procura da sabedoria fora da ortodoxia era considerada obra do diabo e punida com a pena de morte.
É curioso que Portugal tenha sido, desde os primeiros tempos, um local aberto aos que não seguiam o caminho da ortodoxia. Várias razões o explicarão, como veremos na Parte III. Havia um grande interesse pela procura do significado oculto das escrituras e pelo esoterismo, interesse partilhado pelos próprios reis, a começar por Afonso Henriques, que escreveu dois tratados sobre a pedra filosofal.
De todo este ambiente, resultou até um novo culto popular, com fortes marcas herméticas: o culto do Espírito Santo.
A Idade Média “subterrânea” foi também fortemente impregnada pela Cabala Judaica, a ciência secreta dos Judeus, portadora da chave numérica das escrituras (“cabala” significa tradição). Na Cabala, as letras têm um valor numérico e, a partir daí, decifram-se os significados das escrituras.
Muitos eruditos medievais estudaram a Cabala, entre eles os Templários: a Cabala era uma chave importante para aceder ao esoterismo universal; representa o renascimento para o espírito, o que, em termos esotéricos, é representado pelo baptismo, rito que, diga-se de passagem, era já praticado na Índia e na Ásia Menor, muito antes de Cristo.
Em Portugal, até D. Manuel I, os reis tiveram sempre noção da valiosa colaboração da elite judaica para a formação da nação e os judeus não foram perseguidos. Bem pelo contrário, foram-lhes dadas terras e benesses.
Em Tomar, por exemplo, a Judearia foi mandada construir pelos Templários.
Voltemos ao cristianismo dos primeiros séculos. São muitas as fontes que aludem à existência de “Mistérios”.
Cristo diz: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não. (…) É por isso que eu uso parábolas para falar com eles" (Mateus, 13/11-13).
Em várias das suas epistolas, verifica-se claramente que S. Paulo era um iniciado. Apenas a título de exemplo, numa delas refere: “A letra mata, é o Espírito que dá a vida”.
E Cristo sublinha: "Se um homem não nascer de novo não poderá ver o reino dos céus”. É a “morte iniciática”, presente no esoterismo.
JP
4 comments:
Blog interessante. Parabéns.
Obrigado Dylan. Apareça sempre.
E Portugal, acolhendo estes que saiam da ortodoxia, não teve problemas com a Inquisição?
Maria Augusta; nesta altura não havia Inquisição. Ela só aparece no tempo de D. João III (por volta de 1530).
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