A HERANÇA ESPIRITUAL DOS TEMPLÁRIOS
Extinta a Ordem, e depois de tudo o que dissemos nesta Parte II, qual seria o desiderato final, a intenção última dos Templários, que herança espiritual poderão ter deixado?
Vamos tentar, numa breve síntese, apresentar uma teoria baseada no que escreve António Quadros.
O essencial da missão ecuménica templária, transcendendo os objectivos imediatos e até os interesses nacionalistas das suas sedes nos reinos cristãos, foi a preparação, no temporal, para a Jerusalém Celeste, cuja descida sobre a Terra foi profetizada por São João, no “Apocalipse” e cuja teologia escatológica foi teorizada por Santo Agostinho, na "Cidade de Deus".
O Templo de Salomão simbolizava essa Jerusalém Celeste, cujo advento permitiria, depois da Encarnação e da Paixão de Cristo, a conversão de todos os povos e a união das três grandes religiões monoteístas na Novíssima Aliança. Seria o tempo do Espírito Santo.
São Bernardo, no séc. XII, retoma estas teses e os Templários são, assim, herdeiros de São João, Santo Agostinho e São Bernardo.
Uma dupla missão, ligada a São Pedro e a São João: a missão de Pedro e dos bispos, num mundo ainda dominado pelo erro, pelo pecado e pelo demónio, na Cidade dos Homens, com um sentido eclesiástico, cultural, catequístico e disciplinador, como princípio da construção espiritual da Cidade de Deus; a missão de João, subtil, preparando as nações para o tempo vindouro do Espírito Santo, quer pelo ascetismo contemplativo e pela meditação, quer pela luta terrena em prol dos valores cristãos e paracléticos, que corresponderia às teleologias convergentes de Cister e do Templo.
Ambas as missões, complementarmente, conduziriam os povos para o período apocalíptico da descida da Jerusalém Celeste, simbolizada pelo templo desaparecido de Salomão; mas já não haverá templo algum na Cidade, porque se terá dado a divinização do espaço terrestre.
Eis as duas missões que subjazem no simbolismo do Selo Templário dos dois cavaleiros montados num único cavalo.
O que se veio a chamar a Sinarquia Templária parece ter sido um plano de governo mundial, através de uma federação de estados autónomos, sob a direcção de dois chefes supremos, um espiritual, o Papa, o outro político, o Imperador, soberano dos outros monarcas, electivo e não hereditário, escolhido por uma assembleia de pares, semelhante aos capítulos templários.
Este plano pretendia a construção da Cidade de Deus sobre a Terra e a reconciliação definitiva das três religiões da Bíblia (o que parece comprovado pelas relações com o Islão, nomeadamente com os "assassine", bem como pela protecção aos judeus).
Os Templários seriam assim os obreiros do futuro, na fronteira entre a Cidade dos Homens e a Cidade de Deus, lutando no tempo e com as armas do tempo, mas guiados por uma finalidade transcendente ao tempo.
Portugal reassumirá, a partir de D. Dinis e da rainha Santa Isabel, a direcção de um movimento universal para a efectivação da profecia do Apocalipse de São João: a vinda da Nova Jerusalém, da Cidade Santa, onde já não haverá templo algum, porque Deus Todo-Poderoso é o seu templo.
Extinta a Ordem, e depois de tudo o que dissemos nesta Parte II, qual seria o desiderato final, a intenção última dos Templários, que herança espiritual poderão ter deixado?
Vamos tentar, numa breve síntese, apresentar uma teoria baseada no que escreve António Quadros.
O essencial da missão ecuménica templária, transcendendo os objectivos imediatos e até os interesses nacionalistas das suas sedes nos reinos cristãos, foi a preparação, no temporal, para a Jerusalém Celeste, cuja descida sobre a Terra foi profetizada por São João, no “Apocalipse” e cuja teologia escatológica foi teorizada por Santo Agostinho, na "Cidade de Deus".
O Templo de Salomão simbolizava essa Jerusalém Celeste, cujo advento permitiria, depois da Encarnação e da Paixão de Cristo, a conversão de todos os povos e a união das três grandes religiões monoteístas na Novíssima Aliança. Seria o tempo do Espírito Santo.
São Bernardo, no séc. XII, retoma estas teses e os Templários são, assim, herdeiros de São João, Santo Agostinho e São Bernardo.
Uma dupla missão, ligada a São Pedro e a São João: a missão de Pedro e dos bispos, num mundo ainda dominado pelo erro, pelo pecado e pelo demónio, na Cidade dos Homens, com um sentido eclesiástico, cultural, catequístico e disciplinador, como princípio da construção espiritual da Cidade de Deus; a missão de João, subtil, preparando as nações para o tempo vindouro do Espírito Santo, quer pelo ascetismo contemplativo e pela meditação, quer pela luta terrena em prol dos valores cristãos e paracléticos, que corresponderia às teleologias convergentes de Cister e do Templo.
Ambas as missões, complementarmente, conduziriam os povos para o período apocalíptico da descida da Jerusalém Celeste, simbolizada pelo templo desaparecido de Salomão; mas já não haverá templo algum na Cidade, porque se terá dado a divinização do espaço terrestre.
Eis as duas missões que subjazem no simbolismo do Selo Templário dos dois cavaleiros montados num único cavalo.
O que se veio a chamar a Sinarquia Templária parece ter sido um plano de governo mundial, através de uma federação de estados autónomos, sob a direcção de dois chefes supremos, um espiritual, o Papa, o outro político, o Imperador, soberano dos outros monarcas, electivo e não hereditário, escolhido por uma assembleia de pares, semelhante aos capítulos templários.
Este plano pretendia a construção da Cidade de Deus sobre a Terra e a reconciliação definitiva das três religiões da Bíblia (o que parece comprovado pelas relações com o Islão, nomeadamente com os "assassine", bem como pela protecção aos judeus).
Os Templários seriam assim os obreiros do futuro, na fronteira entre a Cidade dos Homens e a Cidade de Deus, lutando no tempo e com as armas do tempo, mas guiados por uma finalidade transcendente ao tempo.
Portugal reassumirá, a partir de D. Dinis e da rainha Santa Isabel, a direcção de um movimento universal para a efectivação da profecia do Apocalipse de São João: a vinda da Nova Jerusalém, da Cidade Santa, onde já não haverá templo algum, porque Deus Todo-Poderoso é o seu templo.
jp
6 comments:
Boa Noite!
Adorei ver que você confirmou presença na Blogagem Coletiva - Minha Música, Meu Momento! Fico honradíssima em tê-lo parceiro no dia 21 e já estou ansiosa em ler a sua história, em ver sua postagem. Vai ser fantástico ler as experiências de vários amigos blogueiros sobre o tema proposto postadas em seus respectivos blogs no dia 21!
Só não esqueça de anunciar sua participação na Blogagem colando o selo na sidebar do seu blog...
Dia 21, estaremos em festa!
Grande beijo!
Orgulho de Ser
Vem ver no nosso Blogue, a entrevista com a Alexandra do Bazar do Ronrons, e sabe a realidade dos gatos em Lisboa.
http://esterilizacao-o.blogspot.com/
Pelo que se vê no mundo de hoje, acho que os Templários falharam em suas missões, o mundo está cada vez mais distante de encontrar a união, seja no plano material seja no plano espiritual...
Maria Augusta: eram outros tempos... A democracia veio "prejudicar" este entendimento. A sinarquia é uma forma de governo altamente elitista. Talvez tenham razão, mas a maior parte dos homens não são cavaleiros. Continuamos muito longe do objectivo...
Adorei seu texto e achei muito interessante,pois desconhecia a história por trás da história!Abraços,
Gostei. Muito.
Post a Comment