MONSANTO - FELDSPATO MALUCO

Enormes montes de pedras que se elevam no horizonte. Pedras descomunais. Titânicas. Uma paisagem brutal que nos faz pensar em grandes projectéis lançados do espaço, polidos pela fricção na atmosférica e caídos em solo de Mons Sanctus (Monsanto). Nada mais incorrecto. Os pedregulhos não cairam de cima, vieram debaixo devido a uma acção química que afectou os feldspatos, um do minerais que compõem o granito.

A formação destes relevos que aqui em Monsanto se elevam a 750 metros acima da superfície de aplanação, teve uma génese abaixo do solo. O granito tende a possuir reduzida permeabilidade às águas da chuva. No entanto, sob condições climáticas quentes e húmidas, como as que existiram há cerca de 65 milhões de anos, os fluídos enriquecidos em dióxido de carbono e enxofre circulando em profundidade através da rede de fracturas que assola o granito, puderam alterá-lo por decomposição do seu principal mineral, o Feldspato. Este ataque químico levou à desagregação da rocha a partir das suas porções mais externas. Posteriormente, as águas das ribeiras e rios da região trataram de remover o espesso manto residual de alteração química, pondo em destaque o núcleo granítico remanescente, através da decomposição diferencial.