Há provavelmente mais do que um “eu” em todos nós. Pode haver uma só vida, mas há muitos heterónimos do ser. Quem não sabe o que é ser "vários" perde a vida na coerência dessa fatalidade que é a morte. Somos formatados desde que nascemos. Iniciados a fazer o que é “normal”. A desenvolver o quadrado do cubo, para dentro das quatro assoalhadas que constituem o nosso horizonte. Saímos em manada. Vemos os filmes que nos mostram. Comemos o que nos mandam. Somos gordos, magros na moda dos costureiros. Queremos o carro do vizinho. Nosso destino é ser um número na estatística governamental. Hoje um emprego, amanhã com subsídio, finalmente um extinto. Falamos do mesmo e parece mal não falar disso. Há até quem para ser igual, tenha de ser diferente. Um diletantismo afectado que nos coloca no centro das atenções. Somos formatados. Somos caretas e gostamos. O conforto que isso dá! Os outros “eus” andam por aí. Fechados na nossa cabeça. Escondidos de nós próprios. Nem sabemos que existem ou negamos a sua existência. A loucura é isso. É mostrar os nossos “eus”. E são tantos…
10.12.09
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17 comments:
Eu???????????
Olá Jorge...Estava justamente pensando no meu ânimo de hoje..diria que está bem animado inclusive...
E isso sai assim? rsrsr!!
... e são tão verdadeiros.
Às vezes abrimos portas que não podem mais ser fechadas a escolha está sempre se queremos adentrar ao recinto ou se nos mantemos como observadores á porta, depende sempre do eu que estiver no momento..Eu heim!!!!!!
Pode ser perigoso mostrar o nosso 'eu'...
por isso existem regras e normas numa sociedade! :)
Gostei deste texto.
Beijinho
Como eu concordo com isto! Os meus "eus" andam por aí à solta de tal forma que, por vezes, não sei bem quem sou. Mas ninguém dá por isso. Porque o meu "eu" formatado cumpre as regras e normas da sociedade. Dos outros, só sabem os loucos.
VEJO QUE HÁ MAIS LOUCOS. NÃO SOU SÓ EU.
Olha, nem a propósito. Ultimamente ando de volta de todos os meus "EUS" - com leitura assistida e tudo.Num processo interno, descobri existirem muitos "eus" e que tenho que obter o equilíbrio entre todos: o eu masculino, o eu feminino, o eu aventureiro, o eu tímido, etc. Diz a leitura que muitos eus ficam realcados, no processo de crescimento a tentar agradar aos pais. Contudo, estão lá. E, boicotam sem que suspeitemos. O meu "eu" mais vulnerável é sem dúvida a criança interior - que receia ser abandonada, não lhe darem recreio ou atenção. Descobri que é o principal "eu" a fazer com q evite relacionamentos. Isto integrar todos eles no equilíbrio e sermos nós mesmos é, penso eu, o NOSSO MAIOR DESAFIO.
A criança em mim saúda a criança em ti. Com carinho!
Saudações Lília, era indispensável a tua abordagem. Eu,tavez porque tenha eu eguinho traquinas, não sinto qq recalcamento. Tenho é medo de desatinar de vez...
Olá Jorge, voltei.
É imprescindível...! Alguém disse isso?
"Que eu sei. Que não mantenho em mim o meu melhor eu mas que eu sinta e saiba que é indiscutivelmente o mais sincero.
Vejo que tens razão...
Nem mais, o eu triunfal que vence em cada momento! É importante termos imensa confiança em nós, nos nossos egos todos.
Somos muito mecãnicos. Graças a Deus conseguimos escrever para que outros "eus" saiam de vez enquando palavreando , proseando e questionando. bjão
Elaine: é uma vantagem da blogoesfera. Uma boa terapia. Foi também isso que eu quis dizes. Beijos.
Muitos dos "eus" que manifestamos aqui no mundo virtual não aparecem no mundo real por falta de oportunidade ou de coragem...
Ola Jorge,
Em outras circunstâncias, diria que a "nossa" via é de facto um somatório de uma sequência de "eus". Hoje, penso que são os nossos diferentes "eus" que fazem uma via. Sera ? Estes teus ultimos posts anunciam um "compte à rebours" da vida em vésperas...
Acabamos todos por là chegar, mais cedo ou mais tarde. Hoje, quando faço as minhas (contas) de sumir - contracção de adicionar e diminuir- tenho certas duvidas, em saber qual das minhas "vidas" marcou mais o meu "eu"... e não tenho ainda resposta.
Em resumo: há um eu continuado feito de eus que final dá a soma da nossa vida. Talvez, mas há os tais "saltos".
Um texto interessante, é tal como dizes.Mas sabes eu sou assim um bocadinho contra o sistema e nem me refiro a política. Daí que nunca sou aquilo que outros acham que eu deva ser, souo que me apetece ser e gosto de ver os filmes que escolho!Desejar o carro do vizinho, não! Desejar algumas férias exóticas que ele tenha tido, talvez!
beijinhos
Missisty: outros "eus"!
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