CIUDAD RODRIGO

A 25 km de Portugal fica Ciudad Rodrigo, logo à saída de Vilar Formoso, a fronteira portuguesa com mais trânsito de passagem, logo a seguir ao Aeroporto da Portela. Dantes ia-se lá para comprar caramelos, agora vão-se ver as pedras e as ruas de uma cidade situada num ponto estratégico. Habitada por vetões (tribo de celtas), depois por romanos, mais tarde por suevos, visígodos e muçulmanos, a reconquista veio, finalmente, com Afonso VI de Leão (finais do séc XI). Repovoada pelo Conde Rodrigo González Giron, ficou a dever-lhe o nome. A muralha é de 1161, ao tempo do rei Fernando II, de Leão. Tem 2 km de perímetro e 7 portas. É também deste reinado o início da construção da Catedral de Santa Maria que começa românica, passa a gótica e acaba neoclássica. Foi por Ciudad Rodrigo que entraram em Portugal as hostes espanholas em 1384, que logo no ano seguinte haveriam de ser dizimadas em Aljubarrota, graças à acção mítica e mística do nosso Condestável Nuno Álvares Pereira e que colocaria no trono de Portugal uma nova dinastia: a de Avis. Foi sempre uma cidade dividida entre querer ser espanhola ou portuguesa. Foi assim a seguir à morte de D.Pedro I, de Portugal e, mais tarde aquando do casamento de Afonso V com a Beltraneja ( de que falaremos em próximos episódios). Uma cidade guerreira por definição, pagou caro nas Guerras Portuguesas da Restauração e, mais tarde, na Guerra da Independência (as Invasões Napoleónicas). Hoje a sua importância é diminuta. Sobraram apenas 37 500 mirobrigenses ou rodericenses, como gostam de ser chamados.