6.9.10

PORTO COVO


A sul de Lisboa e perto de Sines e à vista da Ilha do Pessegueiro, Porto Covo foi recentemente descoberto para o turismo, nomeadamente do surf e do caravanismo que invadiu as falésias quais prédios ilegais que impedem a vista de mar. Talvez fosse oportuno legislar sobre esta matéria que ameaça a nossa costa de norte a sul. De resto, Porto Covo nunca serviu para mais nada. Em 1780 o número de fogos construídos era de quatro! Foi por essa altura que Filipe I projectou um megalómano porto oceânico que, como veremos adiante, deu em nada. Foi nos últimos anos do séc. XVIII que Jacinto Fernandes, de Viana do Castelo, aqui decidiu fundar uma povoação. Homem virado para o comércio, fez parte da "entourage" do Marquês de Pombal. Aproveitou-se disso e acabou por Barão de Porto Covo, depois de adoptar o apelido Bandeira, do nome da rua em que nascera lá em Viana.
A planta da vila é da autoria do arquitecto Henrique Guilherme de Oliveira, tendo um traçado clamente pombalino. A regularidade geométrica e a malha reticulada dos arruamentos paralelos e perpendiculares, neles sobressaindo duas praças: a do Poleirinho e a do Mercado. O edificado não correspondeu inteiramente ao projecto, no entanto a similitude com a Baixa de Lisboa e, principalmente, de Vila Real de Santo António e Manique do Intendente, ilustra o espírito iluminista de inflluência pombalina.
A vila, porém, acabou por não ter grande desenvolvimento após a morte do Barão. Os seus descendentes não deram continuidade à obra do pai. Em 1940 tinha 55 fogos e 246 habitantes e, em 1980, a população atingia 539 pessoas. Agora é difícil saber. No Verão são dezenas de milhar. No Inverno mantém-se vazia.

11 comments:

MaLena Ezcurra said...

Um lugar mágico!
Belas fotos.

Beijo


MaLena.

João Menéres said...

Se nada se alterou, ainda existe aquele largo (será praça?), com um ou dois bancos pintados de encarnado?

Não sabia nada da história de Porto Covo.
Mais uma ensaboadela aqui no EXPRESSO DA LINHA!
E ainda há quem diga que os blogues são uma perda de tempo...

Obrigado, JORGE!

João Menéres said...

Mais uma obsevação:
Mania de plantarem arvores à frente das portas!
Já não bastavam os engenheiros especializados na matéria da EDP!!!
IRRA!
(Não constam dos planos primitivos do ARQto. HGO, pois não?
RsRsRs).

Reis said...

Concordo com o João no que trata ao "à frente das portas". Há outras soluções mais interessantes. Seja como for, a sombra projectada diz muito sobre um possível porquê.

Abraço.

Li Ferreira Nhan said...

Gosto dessa simplicidade de linhas nas fachadas.
A harmonia que vem da simplicidade,
a extrema beleza das linhas retas,
bom gosto sem excessos, o singelo.
E esse "Azul" único!

Jorge Pinheiro said...

Obriado a todos pela a apreciação.
João: o largo é o do mercado e está na mema, felizmente. Apenas muitas das casas são agora restarantes e não podem circular carros.

Jorge Pinheiro said...

Irra, o teclado está cada vez mais marado... E eu também!

João Menéres said...

Os carros circulam pelo ar?

RsRsRs...

Jorge Pinheiro said...

Pelas ruas laterais e ficam num parqueà entrada. O núcleo cntral e a rua do meio, não tem trânsito.

Anonymous said...

Estás mal informado ó expresso. nós por cá, a legislar ninguém nos bate: A região é tutelada pelo PROTALI que abrange todo o litoral alentejano e como tal todo o concelho, estando 43% da sua área territorial integrada em Rede Natura 2000 e no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV), um dos mais extensos parques naturais portugueses, que se estende entre de São Torpes e Burgau, no Algarve, em cuja área se aplica o Plano de Ordenamento da Orla Costeira de Sines-Burgau (POOC).
Ortega

Jorge Pinheiro said...

Obrigado Ortega. Não quis entrar nesses detalhes que podiam retirar leitores e, quiçá, baixar audiência. Mas já que o referiste, não queres tb falar dos PIN que andam para ali a fazer e porquê?