14.6.11

O PROBLEMA ALEMÃO

Afinal a bactéria e-colli não estava nos pepinos espanhóis. Todos os dias os alemães descobrem novos culpados das intoxicações alimentares. Hoje são os rebentos de soja. Amanhã as alfaces. Depois os tomates... Os alemães nunca são culpados de nada. A Alemanha adora culpar os outros. E fazem-no com grande rapidez e eficácia... Um povo isento. Impoluto, bacteriologicamente puro. Um povo que quase destruíu o mundo por duas vezes, no século XX. A culpa não é deles. Era dos judeus. Hoje é dos espanhóis. Um dia será dos brasileiros ou mesmo dos esquimós... Depois de terem sido ajudados a levantar-se do chão por duas vezes. Depois de terem chupado fundos comunitários para integrar a Alemanha-Comunista no concerto das nações. Depois de terem poupado o dinheiro em forças armadas. Depois de terem desactivado a agricultura europeia em seu benefício (e dos seus aliados germanos na França). Depois de tudo... querem agora destruir a Europa. Não pelas armas, mas pela economia. Estamos a assistir a um crime de holocausto económico. Um crime sem redenção. Um crime sem pena. Pena os romanos não terem dado cabo deles. Agora só há uma solução: abandonar a Europa, antes que seja tarde.

29 comments:

Anonymous said...

Abandonar a Europa? Mas isso não é perigosíssimo?
ORTEGA

Jorge Pinheiro said...

Ficar, vai ser bem pior. Vão-te comer couro e cabelo. Estamos aqui para consumir os produtos germanos. Foi tudo muito bem urdido. Até nos financiam. Temos é cde pagar.

Helena Oneto said...

Jorge!!! a violencia das tuas palavras e da imagem (tenho pudor em "reconhecer" a fotografia...) compreensiveis não justificam uma saida da Europa. Sair da Europa, seria o pior que nos poderia acontecer!

Fernando Vasconcelos said...

Bom historicamente dizer que a primeira guerra mundial foi responsabilidade da Alemanha é um pouco forçado. da segunda sem dúvida mas quanto à primeira há muitas culpas em vários cartórios. No resto há partes em que concordamos eu acrescento que não nos esqueçamos das empresas alemãs que se instalaram em Portugal, espanha e grécia para obter fundos (e nas ex-republicas "sovieticas") e que uma vez estes terminados ...

João Menéres said...

E diz que está heremético, JORGE ?
Muito lúcido, muito transparente, é o que está !

António P. said...

Caro Jorge,
Comparações violentas e foto desnecessária.
E que tal se todos os outros correm-se com a Alemanha da Europa ?
Um abraço

myra said...

voce é duro mas tem razao!!!!

Jorge Pinheiro said...

Agradeço os comentários, dos concordam e dos que não concordam. Ando muito desiludido com o projecto europeu. Ou rapidamente há uma tomada de posição política de força (que impeça estes "ratings" disparatados e que resgate a solidadriedade), ou o projecto morre. É muito mau sinal qd os países andam a atirar culpas uns para cima dos outros. Depois, os países deixaram de ter política monetária e quase não têm política financeira. Tudo é feito e padronizado por uma bitola que não é a nossa. Basta ler o último artigo de Roubini, para se entender qual o desfecho.

daga said...

será que vale a pena falar?
bom, lá vai: a primeira guerra eclodiria de qualquer forma, o Kaiser foi estúpido na aliança que escolheu, depois foi o esquema das alianças que funcionou. A segunda guerra foram os "nazis" que começaram que não é sinónimo de alemães, assim como "fascistas" não é sinónimo de italianos nem "salazaristas" sinónimo de portugueses. Se foram para o poder, foi por causa da miséria em que o povo alemão se encontrava devido ao Tratado de Versailles e à Grande depressão. Mesmo assim não tinham a maioria, foi preciso coligação. Depois de instalados no poder, quem é que os tirava de lá?
sabes que não estou a falar de cor, o meu pai e as minhas tias viveram em Berlim até 1937. podes chamar-lhes ignorantes, estúpidos, mas nazis ... é demasiado primário.

daga said...

beijo (até me esquecia...;)

Anonymous said...

Jorge,

acho que como brasileiro não deveria me meter nesse debate, mas uma visão bem distante e fria da Europa, como um todo, tendo a discordar de você! E se ao contrário de fugir da Europa todos os outros países, como Grécia, Espanha, Portugal copiassem o exemplo de trabalho, disciplina, obstinação dos alemães? Não seria o caso?
Quanto a culpar o mais rico, é o velho e gasto chavão. A culpa nunca é nossa, e sempre de quem nos "oprimi", impera e lidera. No Brasil e no resto do mundo subdesenvolvido, o inimigo é os Estados Unidos da América. Agora, na Europa, a Alemanha. E vai ser sempre assim! Alguém tem que ser execrado para purgar nossas dores. Mas no fundo não são os únicos culpados! Precisamos reconhecer seus méritos, e os nossos pecados!

Jorge Pinheiro said...

Infelizmente tenho de concordar com a análise do Eduardo e da Graça. Quem domina, manda. Quem é pobre obedece. Não me conformo. Não é culpa, nem desculpa. É falta de pudor. Nós somos o mercado deles. Temos de os "abater".

Jorge Pinheiro said...

Maia: é bom ter um inimigo. A partir de agora, vou começar a bater nos alemães.

Jorge Pinheiro said...

E já agora que o inimigo seja grande. Nunca gostei de bater em putos.

Anonymous said...

Haverá mesmo necessidade de se criar inimigos para agir? Acho demasiado primitivo e nunca deu bom resultado por aqui, senão veja-se: Durante séculos foram os espanhois ("nem bom vento nem bom casamento"), no início do sec. XX foram os ingleses com o mapa-cor-de rosa ("contra os bretões marchar, marchar...") agora são os alemães. Já chega! nunca caímos em nós nem tentamos verdadeiramente deixar de ser ingénuos e pobres. Só posso estar totalmente de acordo com o Eduardo, a Daga e o Fernando.
O que não quer dizer que não seja inevitável saírmos do Euro/CE...
ORTEGA

Anonymous said...

Jorge,

agora sim, com sua CONFISSÃO de que estava à procura de um INIMIGO, vá lá, e malhe os Alemães, mas sabes perfeitmente que a culpa de Portugal estar com a crise que esta, não é deles!!!!!!

Helena Oneto said...

Eduardo P.L. tem razão. Hélas!

Reis said...

Opiniões à parte, de facto, a análise é fria, lúcida e certeira. Como os alemães de Hitler foram com o resto dos respirantes. Muito "ale" e muito pouco "mães". Uma treta. Como a eurotoica. Portugal continua como diz o Palma "com um pé numa galera e outra no fundo do mar". Provavelmente porque quer ... ou alguém quis por ele.

Por mim vou ali ao lado e já venho. A moeda ainda é a mesma, não há crises (tirando meia dúzia de tipos aos pulos em Barcelona, que fica muito longe), o rock é esquisito mas tem rei e ainda trago um depósito cheio de gasolina, duas bilhas de gás e com o troco paro de certeza no Paco e emborco uma panceta e uma caña, que definitivamente não levam nem pepinos nem rebentos de soja e me vão saber pela vida.

Se calhar ainda faço uma saúde pelos troicanos todos.

Tretas (já tinha dito?).



Jorge, continua a ser uma delicia mental seguir o seu blogue.

Um abraço.

Reis said...

Ahhh, já me esquecia, a gasolina custa menos 30 cêntimos por litro (no mínimo) e o gás fica a metade (ou menos ainda, se se souber onde ir ...) do preço praticado por cá ... ambos de marca bem portuguesa.

Abraço.

Silvares said...

Não me parece que seja ocasião de diabolizar o diabo mas, estou em crer, que nos perdemos algures no caminho da Europa. Onde foi que nos enganámos na curva da estrada? Onde foi que trocámos as ideias pelo Euro? Uma Europa sem idealismo não exite, não é nada. Uma Europa capitalista é a ruína total. Estamos a assistir, impotentes, à derrocada da coisa. Não é bonito de se ver, não senhor.

Jorge Pinheiro said...

Rui: pois não. E esse é o ponto: "onde foi que nos perdemos?" E a pergunta aplica-se a todos os europeus. Porque todos têm a perder. Penso que nos perdemos no famoso Tratado de Lisboa. A única hipótese era o estado federal. Mas, mais uma vez a ânsia de Alemães e Franceses, privilegiou o capitalismo consumista. Preferiram o alargamento de mercados ao aprofundamento das nações.

Jorge Pinheiro said...

Fernado: agradeço o elogio. Qt ao mais estamos muito de acordo. Neste momento, estamos entregues. Penso que acabaremos por nos safar, mas fora da Europa. Esta Europa está a estrebuchar. Faríamos bem emm sair antes de ser cadáver.

Jorge Pinheiro said...

Eduardo: sim, um "inimigo" faz sempre falta, nem que seja para nos despertar. Estou farto de apanhar sem poder responder.

Jorge Pinheiro said...

Ortega: um inimigo, nem que seja mental, faz falta. Pode ser um estímulo e uma vitamina. Concordo que não deveria ser preciso, mas é... Os alemães estão a pôr-se a jeito.

Jorge Pinheiro said...

Qt à saída da zona euro (e da UE) penso ser inevitável. Em próximo post explicarei porque, na minha modesta opinião, não há outra solução.

Helena Oneto said...

Jorge, Temo que tenhas razão. Mas pergunto: não seria preferivel -e muito melhor- que fosse a Alemanha a sair?

Jorge Pinheiro said...

Bom... isso dava mais 50 POSTS.Eles saem se lhes der jeito.

peri s.c. said...

Não os invejo .

Jorge Pinheiro said...

Pois é Mauro. Estou moderamente péssimista :))