Naquele ano de 1947 a situação na Índia era
particularmente instável. Ghandi tinha um sonho: “Converter as pessoas
britânicas à não-violência e, assim, fazer-lhes ver o mal que tinham feito à
Índia”. A Índia tornou-se independente em 15 de Agosto de 1947. Ghandi foi
assassinado a 30 de Janeiro de 1948. A instabilidade no sub-continente indiano
era enorme. Hindus e muçulmanos combatiam-se. Para uns a Índia, para outros o
Paquistão. A mensagem do movimento Satyagraha
assustava os portugueses. A não-violência, a não agressão. O protesto como
meio de revolução pacífica. O apelo à desobediência civil… Os goeses residentes
na União Indiana que não renegassem a nacionalidade portuguesa, começaram a ser
perseguidos. O movimento Azad Gomantak
Dal inicia ataques à bomba em esquadras policiais fronteiriças, cortando
vias de comunicação e fios de telefone. O Acto Colonial restringia as reuniões
e associações políticas. O Estado da índia foi reduzido a uma “colónia”. A
conscrição da população foi tornada obrigatória. As perseguições e as prisões
começaram. Nerhu afirmava: “Goa é parte integrante da União Indiana e a ela
deve regressar”. Portugal não queria ser o Reino Unido. Portugal não sabia o
que fazer. Por isso, não fez nada. Recusou iniciar negociações diplomáticas.
Deixou que a guerra política e verbal subisse de tom, até à Operação Vijay. A
17 de Dezembro de 1961, deu-se a invasão. A 19 de Dezembro a guarnição
rendia-se. Trinta e seis horas que acabaram com uma presença de 451 anos. Goa,
Damão e Diu, jóias da coroa portuguesa, eram, agora, saudades do Império. Um
Império caduco. O primeiro e o último império europeu. Um império que em breve
desabaria.
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2 comments:
Quanto pra saber...
Obrigada por contar Jorge.
Por que será que nunca sabemos "o que fazer" e "Por isso" não fazemos "nada"?? (ainda dizem que sou eu que deixo andar, que não estou para me cansar... afinal somos todos?)
beijo
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