6.5.12

CACHAÇA NÃO É ÁGUA - III


O processo de destilação artesanal de cachaça começou em 1532, quando o colonizador português Martim Afonso de Sousa levou os primeiros cortes de cana-de-açúcar da ilha da Madeira para o Brasil (na Madeira, a bebida chama-se poncha). Esta primitiva cachaça ou garapa azeda é dada aos escravos. É, apesar de tudo, uma "bebida limpa", em comparação com o cauim produzido pelos índios que cospem num enorme caldeirão de barro para ajudar a fermentação do milho.
A geração inicial de colonizadores portugueses mantinha-se fiel a uma boa bagaceira. A partir de finais do séc. XVI, porém, multiplicam-se os engenhos de açúcar e a produção de cachaça, em especial na zona de Minas Gerais, onde acabara de ser descoberto ouro.
Incomodada com a quebra de impostos sobre os produtos vínicos nacionais e alegando que a cachaça prejudicava a retirada de ouro de Minas Gerais (o bagaço não, está claro!), a corte portuguesa proibe a partir de 1653 a produção e comercialização de cachaça. Sem resultados, a corte resolve taxar o produto. Em 1756 os impostos sobre a cachaça foram um importante contributo para a reconstrução de Lisboa depois do terramoto.
A cachaça viria a ser, já no princípio do século XIX, um dos símbolos da liberdade brasileira. A chamada aguardente da terra é símbolo de resistência da "Inconfidência Mineira" que viria a ser o princípio da independência da colónia. Quando beberem uma caipirinha lembrem-se dos heróis da resistência, pela boca dos quais passou a ardência destilada do fervor nacional.

26 comments:

daga said...

muito épica essa ideia de ligar a cahaça aos "herois da resistência" e ao "fervor nacional" - gostei :))

Jorge Pinheiro said...

O alcool dá coragem.

Fatyly said...

Já não há heróis como desse tempo, há sim imensos pinguços(as) que mesmo aos "s" sabem ir ter a casa...apre!

Vou tentar falar com os indios para enviarem aos políticos europeus uma dose de cauim a ver se atinam de vez, já que nas suas dispendiosas mordomias só bebem "bebidas limpinhas"...a foto é garrafeira de algum deles?

Olha meu amigo, bom resto de dia do pai, porque sendo eu do contra hoje já fiz rir os meus, vizinhos e amigos, porque não à mãe sem pai, nem pai sem mãe...

Fatyly said...

"à" sai dez réguadas..."há mãe".

Vixe maria tou pior!

Fatyly said...

ehhhhhhh pera lá, respondeste a "daga" que o alcool dá coragem? essa não...

Jorge Pinheiro said...

Há sempre um "à" que nos surpreende. Bem que podíamos acabar com os "h" :))

Jorge Pinheiro said...

AI NÃO QUE NÃO DÁ! Qt actos heróicos não foram praticados em estado "eufórico".

Anonymous said...

Nossa! Gostei de saber tudo isso! Sempre aprendendo por aqui!

Mas então é pra tb lembrar que a cachaça foi importante para a reconstrução de Lisboa pós terremoto?

Mas, se contar toda a "importância e a carga histórica" da pinga para os " pés de cana" que eu conheço, vai ser um tal de: " _Vamos brindar! Um gole pro Tomás, outro pro Alvarenga, outro pro Claudio Manuel, mais um p/ o Domingos e mais outro p/ Francisco, e o José e também o seu filho; o José Filho, e o Manuel, o Luiz Vaz, o Carlos, o AL FE RES !!! VIVA O ALFERES!
Geeentcheee, não vamo deixar de fora o Sivério... E viva o Silvério!!!"
...
Papo de cachaceiro ninguém aguenta!

beijos,
Li

Fatyly said...

Li
GARGALHADAS:):):) e dizes bem "papo de cachaceiro ninguém aguenta" pufffff:):)

Expresso
Não sei a que actos heróicos te referes (não quero referir aos que sabes e eu também sei - guerra) mas hoje estou danada p'ra brincadeira porque

o único acto heróico que me lembro, foi um de quando eu era menina e moça, bonita tanannammmaaaaaanAM...um rapaz que gostava de mim, bebeu umas quantas "Cucas" para ter coragem de me pedir namoro. O cheiro era tão nauseabundo que foi tal a corrida que lhe dei que ainda deve andar às voltas:):):):)

Brincadeira tem hora e sou uma heroína (gaba-te cesto...) sem nunca ter bebido cachaças e afins que como digo...todas essas "espirituosas" só me cheira a cano de esgoto...

Anonymous said...

Fatyly, não aprecio a pinga.
A tal da caipirinha "pra abrir o apetite" tb estou fora. Quando muito, molho o bico por educação; sim pq ainda, "ainda", sou uma senhora educada.
Mas, tens razão; o odor do cachaceiro sai pelos poros; é inconfundível! E fede! Fede muito!
E no dia seguinte ainda é pior!

Haveria o Jorge de fazer uns posts acerca da conversa, tipo, filosofia e humores dos bebados.
rsrsrsrs
Beijos
Li

Jorge Pinheiro said...

ENTÃO AINDA BEM QUE OS BLOGUES NÃO TÊM CHEIRO!
Qt ao desafio da Li, temo não acompanhar... é uma zona "misteriosa".

Jorge Pinheiro said...

Fatyly: gostei das Cucas (coisa que não bebo é cerveja, ainda por cima gelada!). Cachaça e destilados (ou seja, estes sintéticos de que falo), nunca bebo. Fico-me pelo vinho. Sou muito romano.

Anonymous said...

Cucas?
...
Li

Jorge Pinheiro said...

Uma marca de cervejas de Angola ("naquele tempo").

byTONHO said...



Prejud.iC.ado fica o fígado!

Fantást.iC.o!

Vou ali tomar mais uma Pa.ic.rinha,
digo a.ic.prinha...ops!
Caí... pisei na língua!


iC!rível!

:#

Anonymous said...

Ah... :)
Minha prima vai gostar de ler esse post sobre a tal Cuca...

Cerveja gosto muito. Mas sou enjoada (como falam aqui em casa), gosto só de algumas.
Meu avô quando veio de Portugal foi direto trabalhar na Antártica(e lá se aposentou).
Cerveja em casa era todo dia. Nunca gelada, mas fresca. Acompanhada de uma lasca de bacalhau cru. Desde muito pequena fui acostumada a isso.
Vinho também gosto.
Curiosamente não gosto da Antártica.
Li

Jorge Pinheiro said...

Li: bacalhau com cerveja?! Bah...

Anonymous said...

Bacalhau cru salgado aos pedacinhos + cerveja = delícia!
:)
Li

Jorge Pinheiro said...

É muito radical!

Fatyly said...

Expresso
A cerveja CUCA ainda é feita em Angola, basta fazer uma pequena pesquisa que verás e a Nocal também e julgo que apareceu mais uma a EKA, mas a CUCA continua a bater recordes de venda:)

Jorge Pinheiro said...

Fica a correcção. Ainda há Cuca. Basta ir a Angola.

peri s.c. said...

LI,

1. ótimo comentário,
brindemos aos Inconfidentes ( depois de oferecer o tradicional golinho para o Santo )

2. quanto ao odor , há cachaças e ... cachaças . Uma ( por ex. ) Salinas envelhecida em tonéis de carvalho ( ou similares )é um fino birinaite .

3. Ninguém faz amizades bebendo leite, eh, eh

peri s.c. said...

Jorge

pesquise esse " golinho para o Santo" ( ´da um bom post ), tem a ver com a "macumba" ( que não é macumba ) que o Edu postou.

Jorge Pinheiro said...

Mauro: sugestão aceite.

Anonymous said...

"Birinaite"... Essa foi de ouro Mauro!
E o santo, vai a dica: Santo Onofre.
;)
Li

Jorge Pinheiro said...

o QUE É BIRINAITE?