6.11.13

OPERAÇÃO CAÇÃO - XXII


Eram sete da manhã. O “Gordo” sentou-se na esplanada da Pastelaria KateKero, ali junto ao mercado de Lagos. Pediu um galão e duas sandes de queijo. Devorou o pequeno-almoço com precisão quase militar. Pediu um café duplo com “cheirinho” e encostou-se na cadeira de palha, acendendo o primeiro cigarro da manhã. Ao lado, uma mesa ruidosa de vendedores de peixe comentava os incidentes e especulava sobre os culpados. Um homem grande, de careca reluzente, sobressaia pela voz aguda e a cerrada pronúncia algarvia: “Olha aí, Vivaldo, vais ver que o culpado foi o teu cação. Deve ter sido ele que explodiu a bomba e fugiu com o detonador”. Viegas ria muito alto e explicava aos colegas como Vivaldo encontrara o cartão de telemóvel nas tripas do cação. “É verdade, já ouviste as mensagens? Não me digas que deitaste fora o “chip”?” Nesta altura, “o Gordo” começou a ficar interessado e não resistiu a entrar na conversa. “Desculpem meter-me, mas sou da Judiciária e nunca devemos desprezar uma pista. Acha que me pode entregar esse “chip”. Nós temos processos para extrair toda a informação. O mais certo é não interessar para nada e devolvo. Pode ser?” Vivaldo encolheu os ombros, meteu a mão no bolso das calças e displicentemente entregou o cartão ao inspector.
(Continua)

5 comments:

João Menéres said...

Segue para LINHA !

myra said...

gosto gosto gosto !

Anonymous said...

Fantástica ilustração. Tudo perfeito.

Gustavo said...

Oi Jorge,

Ajuda a divulgar isso, por favor.
A ocupação do
prédio que ia virar poeira... fuhh

http://papagaiomudo.blogspot.com.br/2013/10/ocupacao.html

Att.,

Gustavo

daga said...

a foto mesmo a condizer! muito bom :)