Finalmente Idalécia saiu de coma. As suas memórias eram confusas.
Tanto se via no alto da ravina, como a planar no ar. Sabia que tinha estado com
alguém, mas não se lembrava de quem. Tinha muita sede e não sabia onde estava.
Dois dias depois ainda não se lembrava como caíra. Ao terceiro dia o “Gordo”
pode, finalmente falar com Idalécia. A muito custo conseguiu reconstituir parte
daquela noite. Idalécia começava a lembrar-se de forma fragmentada. Que tinha
acontecido a Melzek? Melzek estava morto por tiros de pistola. Ela lembrava-se
vagamente de um corpo retorcido cair ao lado dela. Mas porque não tinha sido
ela atingida por qualquer tiro? Teria sido arrastada por Melzek aquando da
queda? Aquilo era estranho. Mesmo que não fosse ela o alvo, como é que o
atirador podia garantir que ela não o tinha visto? Mas Idalécia não se lembrava
de ver mais ninguém e muito menos uma pistola a disparar. “O Gordo”
interrogou-a de todas as formas e feitios. Será que Melzek a tinha protegido
dos disparos? Será que ela tinha caído depois e não se lembrava? Mas ela era
peremptória: não se lembrava de ter visto outro homem e não viu ou ouviu
quaisquer disparos. Mas, a verdade é que não se lembrava como tinha caído.
Apenas que vira, depois, cair Melzek. “O Gordo” fez um raciocínio básico. Das
duas uma: ou a moça mentia com quantos dentes tinha ou já estava lá em baixo,
na ravina, quando Melzek fora atingido. Será que a queda de Idalécia nada tinha
a ver com o assassinato de Melzek?
(Continua)
4 comments:
Milagre não ter morrido...
As algarvias são danadas!
este Gordo é terrivelmente perspicaz!
Os gordos têm muito poder de observação.
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