Eram seis da manhã quando a polícia de Bruxelas invadiu o
apartamento de Michel. Ao mesmo tempo, os restantes líderes belgas da
“Irmandade Branca” eram detidos nas suas casas. Jean-Baptiste Lefèvre era preso
num hotel de Bordéus. A identificação do número de telefone de Michel, depois
da mensagem de Macau recebida de Valdemar, mais as provas circunstanciais
recolhidas pela equipa do inspector Joaquim Ribeiro, foram suficientes para
lançar um mandado internacional. A “Irmandade Branca” há muito que era
considerada perigosa e estava vigiada. No entanto, talvez por cumplicidades e
simpatias dentro da polícia e da magistratura, sempre saía ilibada das
acusações que lhe imputavam. Aliás, a ideia de uma “nova cruzada” contra a crescente
influência islâmica na Europa, em especial na França, tinha cada vez mais
adeptos. Mas, agora, a questão era mais séria. Um atentado. Mortos. Feridos.
Destruição... Nem as simpatias políticas ou policiais mais poderosas os podiam
salvar. Curiosamente, ao serem descobertas as intenções da “Irmandade”, todo
este esforço para desacreditar o Islão acabava por funcionar completamente ao
contrário. Lamentavelmente, os grupos de poder islâmicos sediados na Europa
podiam comemorar. Paradoxalmente, a Al-Qaeda saía a ganhar sem ter mexido uma
palha. Faltava, no entanto, uma prova concludente para acusar a “Irmandade
Branca”. Ou a confissão dos arguidos, ou a ligação ao autor directo do
atentado, ou a ligação à compra de explosivos. Com Melzek morto e não se acreditando
na possibilidade de confissão dos arguidos, restava a ligação à compra dos
explosivos. E essa ligação chamava-se Valdemar.
(Continua)
2 comments:
nunca gostei de "Irmandades" e afins...escondem-se todos atrás de um nome pomposo e ninguém dá a cara!
(muito bem escolhido para este caso)
a foto será de Bruxelas?
Exacto Bx.
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