30.4.14

AS FINANÇAS DA MONARQUIA

No tempo do Marquês de Pombal (1750 - 1766) os impostos sobre as pessoas eram reduzidos e tinham pouca expressão no cabaz das receitas públicas. Basicamente havia a sisa, uma espécie de imposto de transacções, e a décima militar, um imposto directo lançado na Restauração e relançado pelo Marquês. A verdade é que também o Estado tinha pouco a oferecer: não havia Estado Social, não havia Segurança Social, não havia aposentações. O Estado assegurava essencialmente a segurança militar. Fazia a guerra e a paz. As despesas com a marinha e exército representavam mais de metade das despesas totais. A seguir vinham as despesas com o pagamento dos funcionários públicos, cerca de 17%. Finalmente 15% com a Casa Real.
As receitas da Coroa dependiam, fundamentalmente, de fontes externas: as receitas das alfândegas, as receitas dos monopólios régios (o tabaco, o pau-brasil, os diamantes), o quinto do ouro e as receitas da reexportação (os produtos oriundos das colónias não podiam ser exportados directamente, tinham de passar por Lisboa e ser aqui tributados). Cerca de 60% das receitas provinha do Império e praticamente todas tinham origem no Brasil. Era o Brasil que sustentava a monarquia. Até que, em 1822, o Brasil se perdeu...

18 comments:

João Menéres said...

Vou "perder-me " até 2ª feira, Jorge !

Jorge Pinheiro said...

Comemorações do Dia do Trabalhador?

João Menéres said...

Claro !

De papo para o ar !!!

Fatyly said...

Pela história e ou na história de séculos até à data de hoje, há algo em comum: o povo é quem mais paga, é quem mais sofre mas "aguenta, aguenta".

Bom dia

Jorge Pinheiro said...

Neste caso não era. Era o Brasil e os comerciantes.

Li Ferreira Nhan said...

E continua.

daga said...

e lá se foi o "dinheirinho" fácil para a coroa...tiveram de inventar outra forma de arranjar rendimento sem fazer nada !

Paulo said...

Nunca percebi o que é isso do "povo". São os pobres? são os trabalhadores por conta de outrem? É a população em geral menos os governantes e a classe média? É quem não é proprietário? São os habitantes das aldeias? Por favor, quem me arranja uma definição?

Jorge Pinheiro said...

O povo somos Nós. Eles são o governo. E como Nós não queremos ser Eles. Eles não querem ser Nós.
Muito simples.

Paulo said...

Continuo sem perceber.
Antes da revolução francesa havia 3 classes: O clero a nobreza e o povo, mas depois desta com o predomínio da burguesia, a revolução industrial, as constituições e as democracias, quem é o povo afinal? É toda a população de um país menos o presidente, o 1º ministro, o concelho de ministros,os secretários de estado, etc.?
Anda por aí tanta a gente a dizer que quer defender o "nosso povo" que o povo "é sempre quem paga" que "andam a roubar" ao povo, que acho que se deveria definir muito bem o que é isso (serão os contribuintes?).

Jorge Pinheiro said...

Eles e Nós. Está explicado e definido.

Paulo said...

É portanto uma definição maniqueísta : eles os maus e nós (povo) os bons (ou coitadinhos). Ok, já percebi.

Jorge Pinheiro said...

Mas pode ser ao contrário. Se tu fores poder passas a ser Eles. É esse o ponto.

Li Ferreira Nhan said...

Boa reflexão acerca do que vem a ser povo.
Nunca havia pensado nisso.

Paulo said...

Acho o conceito de "povo" anacrónico. Neste momento só é utilizado por demagogos, patrioteiros e multidões desesperadas. Não sinto que pertença a nenhum "povo", tenho mesmo horror à palavra.

Jorge Pinheiro said...

O meu post não tem nada a ver com povo, mas com receitas e despesas.

Paulo said...

Eu sei. Só estava a ver puxava um assunto que acho interessante mas ninguém está interessado. Não digo mais nada.

Jorge Pinheiro said...

Mas acho que até deu para se perceber. Para mim é evidente. Quem está fora do poder (governo, financeiro, económico...) é povo. Mal o povo chega ao poder. o povo é outro. Qual é a dúvida?