22.12.14

SERRA D'OSSA - VI


A seguir à extinção das ordens religiosas, e no vazio de poder que se sucedeu, o saque do Convento de São Paulo durou 36 anos. A talha dourada que revestia a igreja foi queimada para retirar o ouro. Os azulejos, à falta de técnicas apropriadas, eram retirados a escopro e martelo. Partiram-se quase todos. As telhas, portas e janelas foram roubadas. O Convento ficou ao abandono e à intempérie.


Foi há apenas 21 anos que o Convento foi reaberto como hotel, após prolongada recuperação. São 40 quartos, alguns no chamado "núcleo museológico" (que inclui as celas dos monges). A loucura deste projecto deve-se à Fundação Henrique Leote. Sem ele, nunca seria possível ter rentabilidade turística para manter o Convento. O Estado em vez de ajudar, tem, ao que parece desajudado. É uma pena que as várias "capelinhas" do Estado possam dificultar a vida aos conventos, mesmo quando são Monumento Nacional. Continuamos a ser um país desorganizado e burocraticamente cego.

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