20.4.15

MORTE TIBETANA - III

De facto só 0,4% parece muito reduzido. E, como diz o meu amigo Paulo Viana, "olha se a perceção de nós próprios e do que nos rodeia fosse a 100%!!! Já assim, por vezes, é insuportável...". E sugere mesmo o vinho tinto para abafar certos desmandos do excesso consciencial. Pois é, mas o Rui vai ainda mas longe e vai-se ver o interesse da consciência estar bem desperta:
"O que se produz no processo da morte no caso das pessoas não realizadas é que a tal estrutura dualista se desfaz progressivamente, passando pela morte clínica e para além desta e desligando o espírito do corpo, até que o princípio consciente se encontra completamente a nu, e a sua “claridade” absoluta é experimentada durante um instante. Mas como a pessoa não tem a capacidade de reconhecer nessa claridade a sua natureza real, o impulso dos hábitos concetuais e emocionais precedentes desencadeia então a reconstrução de uma nova estrutura dualista à volta do princípio consciente. Só que, como a pessoa já não tem corpo, essa estrutura, esse “eu”, que é ao princípio muito semelhante ao da pessoa que morreu, e que dispõe, mesmo sem corpo, de todas as perceções sensoriais e de consciência, fica “a boiar” num estado que se chama “bardo” (“intermediário”) em tibetano e que pode ser muito desconfortável".
(Continua)

2 comments:

João Menéres said...

Quero saber é acerca dos que se consideram realizados...

Paulo said...

O que é na realidade verdade é que não há limite para a imaginação humana...