O que mais me incomoda foi nunca ter falado com a minha avó Teresa
sobre o meu avô Francisco. A avó também não era dada a conversas. Nascida em Castrelos (uma aldeia perto de
Bragança), numa casa tipo senhorial, paredes meias com a igreja, tinha mais
cinco irmãos. Eram ao todo quatro raparigas e dois rapazes. O pai era homem de
algumas posses e, ao que parece, muito generoso e algo “naif”. Passava letras
de favor com muita facilidade e ter-se-à encravado fortemente com dívidas
alheias. Terá sido isso (mas não só) que originou a emigração dos dois filhos
homens para o Brasil. Devemos assim ter muitos primos do outro lado do
Atlântico, primos que desconhecemos completamente. A avó Teresa foi professora
primária em Guadramil e Rio d’Onor, terras transmontanas de fronteira, onde a
promiscuidade com Espanha é total. A avó Teresa, depois da morte do avô em 1958,
passou viver entre a nossa casa, em Nova Oeiras, e a casa da tia Natália, primeiro
em Santarém, depois em Setúbal.
20.12.16
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2 comments:
Seus tios-avôs podem ter vindo no mesmo Vapor que minha avó ou avô.
;)
Nada digo hoje por não saber o ano da ida para o Brasil...
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