20.12.16

COMIGO MESMO - XV


O que mais me incomoda foi nunca ter falado com a minha avó Teresa sobre o meu avô Francisco. A avó também não era dada a conversas. Nascida em Castrelos (uma aldeia perto de Bragança), numa casa tipo senhorial, paredes meias com a igreja, tinha mais cinco irmãos. Eram ao todo quatro raparigas e dois rapazes. O pai era homem de algumas posses e, ao que parece, muito generoso e algo “naif”. Passava letras de favor com muita facilidade e ter-se-à encravado fortemente com dívidas alheias. Terá sido isso (mas não só) que originou a emigração dos dois filhos homens para o Brasil. Devemos assim ter muitos primos do outro lado do Atlântico, primos que desconhecemos completamente. A avó Teresa foi professora primária em Guadramil e Rio d’Onor, terras transmontanas de fronteira, onde a promiscuidade com Espanha é total. A avó Teresa, depois da morte do avô em 1958, passou viver entre a nossa casa, em Nova Oeiras, e a casa da tia Natália, primeiro em Santarém, depois em Setúbal.

2 comments:

Li Ferreira Nhan said...

Seus tios-avôs podem ter vindo no mesmo Vapor que minha avó ou avô.
;)

João Menéres said...

Nada digo hoje por não saber o ano da ida para o Brasil...