7.1.17

COMIGO MESMO - XXIX


Os meus pais pouco recebiam lá em casa, mas lembro-me perfeitamente de uma noite de Carnaval animada, com muita gente na grande sala de jantar com mobília preta ao estilo D. José (a mesma que ainda temos em Nova Oeiras). Lembro-me de serpentinas e confettis que se infiltraram nos interstícios das tábuas do soalho e demoraram meses a sair. Foi o Carnaval mais duradouro da minha vida. Em Junho ainda apareciam confettis escondidos aqui e ali, a relembrar o Entrudo há muito passado.

6 comments:

João Menéres said...

O Carnaval não era passado em casa dos meus pais.
Na altura, era sempre num clube privado.
Quando "ganhei" a minha autonomia, eram quatro noites de assaltos.
Um ano houve que praticamente nem me deitei !
Sempre a dar-lhe, Jorge !...

Jorge Pinheiro said...

Isso é que os tempos dos assaltos.

João Menéres said...

Pode haver quem ignore o que eram esses assaltos :
À noite, um grupo de raparigas e rapazes todos mascarados batia à porta dos pais de alguém conhecido.
Quando a porta se abria, um de nós, tirava a máscara e tornava-se o responsável pelo bom comportamento de todos ( podiam ser 20 ou 30...).
Havia música para dançar e comes e bebes que os donos da casa logo providenciavam não serem exíguos.
Depois de duas horas de sã animação, íamos bater a outra porta.
BONS VELHOS TEMPOS, Jorge...

Jorge Pinheiro said...

Era um Entrudo quase ritual.

João Menéres said...

Aguardado com alguma excitação, diga-se.
As casas alvo começavam a se pensadas com antecedência e os filhos das casas eram sondados discretamente.

Li Ferreira Nhan said...

Há sempre um carnaval inesquecível; ainda bem!

Então você já foi um xerife!!!

Esse tipo de "Assaltos" não há por aqui :))