Confesso que
nada disso me perturbava. Com sete anos preocupava-me em acertar nas balizas
virtuais que traçava na minha cabeça e defender os remates de ricochete que a
parede me devolvia. Andava de triciclo no corredor em gincanas alucinantes.
Gincanas que acabavam quase sempre em quedas aparatosas, de que ainda conservo
um alto do lado esquerdo do crânio. Um alto que às vezes pode, erradamente, ser
confundido com uma boça de inteligência. Pregava pregos compulsivamente na
mesa-de-cabeceira e fazia grafitis com o bâton encarnado da minha mãe nas
paredes do quarto, num assomo vanguardista de que ainda mantenho resquícios
quando estou em modo artístico.
6.1.17
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4 comments:
Há muito que não vejo OBRA nesse MODO...
Ando preguiçoso.
Deve ser do trabalho, não ?...
Modo artístico, é uma bela expressão.
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