Lembro-me
muito bem do meu avô Domingos António Ferreira e da minha avó Olinda Adélia de Barros,
pais da minha mãe. A
descrição que se segue é da minha prima Guida que, juntamente com os pais e a
irmã, a Luísa, moraram em Bragança até a 1967: “Ao fim do dia, o
avô tratava do quintal onde cultivava tomates, feijão-verde, alfaces, couves,
nabiças e flores. Havia também um canteiro com rosas brancas e vermelhas. O
avô, com o seu ar de Clark Gable, trazia um botão de
rosa que depositava nas mãos da avó e, com um beijo na testa, dizia: “Ó Linda,
é para ti". Depois mudava de roupa e sentava-se no alpendre da casa,
sobranceiro ao quintal, bebia um whiskey, fumava um cigarro e aguardava o
jantar. A avó Olinda era uma avó
bonita. Usava os cabelos brancos, apanhados com uma trança enrolada na nuca,
conseguia ter um ar de cumplicidade tal com os três netos que cada um deles
pensava que era o especial.
A avó Olinda
oriunda da família Barros era professora primária e dava aulas em Vila Franca
de Lampaças, uma aldeia próxima de Bragança. Nela permanecia toda a semana.
Nessa altura as escolas tinham ao lado a casa da professora, e assim, ela
levava os seus dois filhos que as vizinhas cuidavam, enquanto ela dava aulas
aos filhos delas. O avô fazia visitas de surpresa. Aparecia de moto, capacete
de cabedal e óculos de aviador, e surgia na estrada batida, como uma aparição
vinda do futuro...”
PS: na foto, a avó Olinda e o avô Domingos.
4 comments:
Gostei do Ó LINDA
E do resto também, claro.
Aprofundando na família...
Tenho estado a acompanhar esta tua escrita sobre o teu passado e antepassados e tenho gostado muito, embora não comente.
Um abraço
OK Fatyly. Obrigado.
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