O facto das feitorias portuguesas na Índia serem fortificadas acabou por ser contraproducente. O feitor de Cochim, Lourenço Moreno (homem da confiança de D. Manuel e crítico da política de Afonso de Albuquerque) escrevia ao rei afirmando que com o que se gastava na construção de uma fortaleza compraria todo o gengibre da Índia durante cinquenta anos.
A isto acrescecia que o carácter agressivo implícito numa fortaleza, em nada beneficiava o comércio. Em Malaca, "terra de mercadoria grossa e rica", tudo se perdera desde que lá se fizera um forte. Ficara lá armada e gente que fazia enorme despesa. Por outro lado, as naus mouras que traziam as especiarias do Coromandel deixaram de o fazer por temer a armada portuguesa. E ali, onde se costumava comprar especiarias a troco de mercadorias (quase sempre cobre), agora não era possível obtê-la "nem por elas, nem a peso de dinheiro".
Nunca foi o heroísmo ou a iniciativa. O problema de Portugal sempre foram os "custos fixos"!
jp
2 comments:
O George Bush deve ter algum Lourenço Moreno a escrever-lhe de Bagdad uma missiva parecida...
Sem falar nos LRICs.
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