Claro que na infância precoce o Pato Donald foi uma referência. Na adolescência rebelde virei-me para o Hendrix, o Jim Morison e o Frank Zappa. Cheguei mesmo a admirar Buda na sua infinita sabedoria. Mas, francamente, o que é toda esta gente comparada com as bactérias?!
Durante 2 biliões de anos as bactérias foram a única forma de vida. As primitivas cianobactérias aprenderam a viver à custa do único recurso disponível – o hidrogénio, que existe em abundância na água. Absorviam as moléculas de água, fixando o hidrogénio e libertando o oxigénio como desperdício. Inventaram, assim, a fotosíntese, a inovação mais importante na história da vida do planeta, permitindo o aparecimento de organismos complexos consumidores de oxigénio. Demorou tempo a oxigenar a atmosfera, cerca de 40% do total da história da Terra. Finalmente, surgiram novos tipos de células, células com um núcleo e com outras pequenas estruturas designadas “organelos”. Provavelmente uma bactéria foi capturada por outra e esse facto acabou por convir a ambas. Deste primeiro casamento biológico nasceram as eucariotas, um novo tipo de células que, utilizando oxigénio de forma a libertar energia a partir das substâncias alimentares, permitiram o aparecimento de seres ainda mais complexos e deram origem à vida como hoje a conhecemos.
As bactérias, depois de nos terem criado, mantiveram connosco uma estreita relação. Elas estão por todo o lado. Pelo menos, um trilião de bactérias pasta nas planícies do nosso corpo. Alimentam-se dos cerca de dez biliões de flocos de pele que libertamos todos os dias e das saborosas gorduras e revigorantes sais minerais que eliminamos pelos poros. Como agradecimento, oferecem-nos o odor corporal. Depois, há mais uns triliões enfiadas nas entranhas e vias nasais, agarradas ao cabelo, a escavar no esmalte dos dentes… Só no intestino temos mais de um trilião de 400 tipos diferentes. O corpo humano hospeda cerca de cem quatriliões de bactérias. Elas são uma grande parte de nós e nós uma pequena parte delas.
As bactérias processam os nossos desperdícios. Purificam a nossa água e mantêm os solos produtivos. Sintetizam as vitaminas nos nossos intestinos. Atacam os micróbios estranhos que nos tentam invadir. Mesmo depois de nós desaparecermos, as bactérias ficarão por cá. O planeta pertence-lhes e nós só estamos cá porque elas deixam. Elas sobreviveram biliões de anos sem nós. Nós não podemos sobreviver nem um dia sem elas.
Durante 2 biliões de anos as bactérias foram a única forma de vida. As primitivas cianobactérias aprenderam a viver à custa do único recurso disponível – o hidrogénio, que existe em abundância na água. Absorviam as moléculas de água, fixando o hidrogénio e libertando o oxigénio como desperdício. Inventaram, assim, a fotosíntese, a inovação mais importante na história da vida do planeta, permitindo o aparecimento de organismos complexos consumidores de oxigénio. Demorou tempo a oxigenar a atmosfera, cerca de 40% do total da história da Terra. Finalmente, surgiram novos tipos de células, células com um núcleo e com outras pequenas estruturas designadas “organelos”. Provavelmente uma bactéria foi capturada por outra e esse facto acabou por convir a ambas. Deste primeiro casamento biológico nasceram as eucariotas, um novo tipo de células que, utilizando oxigénio de forma a libertar energia a partir das substâncias alimentares, permitiram o aparecimento de seres ainda mais complexos e deram origem à vida como hoje a conhecemos.
As bactérias, depois de nos terem criado, mantiveram connosco uma estreita relação. Elas estão por todo o lado. Pelo menos, um trilião de bactérias pasta nas planícies do nosso corpo. Alimentam-se dos cerca de dez biliões de flocos de pele que libertamos todos os dias e das saborosas gorduras e revigorantes sais minerais que eliminamos pelos poros. Como agradecimento, oferecem-nos o odor corporal. Depois, há mais uns triliões enfiadas nas entranhas e vias nasais, agarradas ao cabelo, a escavar no esmalte dos dentes… Só no intestino temos mais de um trilião de 400 tipos diferentes. O corpo humano hospeda cerca de cem quatriliões de bactérias. Elas são uma grande parte de nós e nós uma pequena parte delas.
As bactérias processam os nossos desperdícios. Purificam a nossa água e mantêm os solos produtivos. Sintetizam as vitaminas nos nossos intestinos. Atacam os micróbios estranhos que nos tentam invadir. Mesmo depois de nós desaparecermos, as bactérias ficarão por cá. O planeta pertence-lhes e nós só estamos cá porque elas deixam. Elas sobreviveram biliões de anos sem nós. Nós não podemos sobreviver nem um dia sem elas.
jp
45 comments:
E para que querias tu, Expresso, viver biliões de anos ?
Um abraço
António: o conceito grego de idolatria significa admiração,inicialmente no sentido religioso. Depois deu-se um abastardamento, podendo mesmo idolatrar-se a Madona!!! A minha admiração vai para estes seres que nos fizeram e que zelam por nós todos os dias. De qq forma não desprezaria uns biliões de anos, mesmo só com "percepções". Sabes, sou muito inventivo...
Acho maravilhoso que as bactérias
existam, porque senão tu não existias. Lá ficaria eu sem o meu
ídolo !!
Morgadinha dos Canaviais
Jorge, você tem razão em reabilitá-las, pois quando pensamos nelas automaticamente pensamos em doenças...
Um grande abraço e bom fim de semana.
Ahh a bactéria. Um ser assim... primordial literalmente. Um ser incompleto. Eu, que me alimento e vivo de "incomplenitudes" (acho que inventei a palavra) devo dizer que tenho todo o respeito pelo teu ídolo! ;)
Está explicada a dificuldade para me levantar da cama: transporto cem quatriliões de bactérias!!!
Belo texto.
Um abraço.
Morgadinha: há ídolos com os pés de barro. No meu caso sâo de lama. Desculpa...
Maria Augusta e Alice: as batérias são a vida.
James: pois... a difilcudade em levantar comigo vem mesmo sem bactérias!
Surpreendente o seu texto! Jamais poderia imaginar que as bactérias seriam alçadas a categoria de ídolos! Eu que tenho medo dessas criaturas... Achei muito interessante ler o seu texto tão criativo que revela um outro olhar, uma outra face desses seres...
Excelente participação!
Abraços.
Muito bem pensada a sua escolha.
Eu como mâe galinha lembrei-me de coisas mais singulares.
O seu ídolo foi ao mesmo tempo uma excelente aula.
Parabéns pela postagem.
Abraços e bom fim de semana
Caro JP;
Nem mais! ;)
Muio bem observado. Gostei muito dessa forma diferente de olhar.
Bj
Adorei a sua Tertúlia multibacteriana.
bjs.
JU Gioli
Inventivo és de fato... Se não admiração tenho um respeito absoluto por estes minúsculos seres que determinam se vamos ter saúde ou não...muito já lutei com infecções bem rebeldes e elas, as bactérias me desafiaram á exaustão ...mas venci.
Poucas coisas me impressionaram tanto quanto a visão destas criaturas invisíveis a olho nú andando sobre nossa pele,através de uma grande lente de aumento,no museu de Ciências e Tecnologia de Montreal.Quase fiquei com a doença do toque ,durante dias lavava minhas mãos bem mais do que necessário...muito interessante esta tua abordagem....as redimem um pouco aos meus olhos
;-}}
JORGE
O seu texto esmagou-me por completo (também não admira, com tantos milhões, triliões, quatriliões de bactérias que seria de esperar ?...).
Texto surpreendente, constituiu um abanão positivo.
A sua imaginação não pára e eu, coitado de mim, não tenho capacidade para tudo isso interpretar devidamente.
Excelente a sua participação, Jorge !
Jorge, surpreendente a sua postagem. O que seria dos nossos ídolos humanos sem esses outros ídolos que nos apresentou tão bem?
Um grande abraço. Feliz semana.
Realmente a palavra "bactéria" tem, para a maioria das pessoas uma conotação negativa. Mas realmente não podemos viver sem elas.
Abraço
Jorge
Oh Expresso, estava á espera de muitos ídolos, mas as bactérias surpreenderam-me.Só tu.
Interessante que você não pode abraçar seus ídolos! Eles é que te " abraçam".
Minhas bactérias mandam uma saudação para as tuas.
Viva, Jorge!
E mais, havemos nós de ter ido desta para melhor e voltado e ido novamente e regressado e ido de vez e... ainda elas por cá andarão.
Abraço
Ruben
Gostei da originalidade!
E é bom que a idolatremos!!! :)
Abraço
E gostas mais da pseudomonas aeruginosa ou do streptococcus pneumoniae ?...
Al Kantar
Eh pá, Você não faz por menos ????
Estive com o meu blog bloqueado.
Quem me salvou foi a ALICE SALLES !!!
As bactérias estavam de facto a precisar de um novo fôlego. Longe de serem o "bicho mau" que nos ensinaram, a grande parte das bactérias que connosco convive são responsáveis pela nossa saúde e, em última análise, pela nossa saúde. Não serão ìdolos no sentido religioso-mediático do conceito, mas têm a minha inegável admiração.
Como diz o Peri, as munhas bactérias mandam um grande abraço às vossas. Quanto a preferências, Al, essas não. Arranja umas mais simpáticas... são triliões!
Texto surpreendente!
Gostei pela originalidade e também porque nos recorda o importante papel que essas criaturinhas desempenham na nossa vida.
Parabéns!
E um abraço,
Milouska
Depois dessa fantastica aula de biologia virei fã das bacterias tambem.
Abç
Meu Deus!
Me rendí as bactérias!
Adorei a tua escolha!
Um beijo. lili
Obrigado Milouska, Chico e Lili. Ainda bem que vos reconciliei com esses preciosos bichinhos... mas ciudado com alguns. É como tudo: há bons e maus.
Já ganhou esta participação.
Excelente, excelente.
Adoro, equilíbrio é tramado.
Estou com 6 janelas abertas sem ondulação.
Ohhh o meu é maior que o teu ))))
beijitos
José: obrigado por ter gostado. A ideia foi surpreender.
Claire: é maior que o meu? Não sei. Não há termo de comparação... Estamos a falar do quê?
Arrasou na idolatria!
É isso aí, nada de madonas admiráveis. Viva as bactérias!!!
La Vanu: Obrigado. Foi inspiração de momento. No dia anterior ainda não sabia o que ia fazer. Sempre fui assim. Últimas horas...
Caro Jorge
Agrdêço esta Lição!
Até porque de bactérias nada sei... excepção feita a uma Meningite "bacteriana" que me ia limpando o sarampo há 12 anos atrás.
Mas quis o destino que estivemos do meu lado tres "médicos heróis" que guardo numa gavetinha especial dentro do meu coração.
Mas concordo com o Jorge, se as Bactérias nos podem ser úteis também ,então Vivam as Bactérias!
Abraço
Gaspar de Jesus
Gaspar: essas da meningite não... O problema dos "heróis" é que podem ser bons ou maus. É a vida...
Nunca tinha encarado as bactérias dessa forma. Aliás, deve ter sido alguma bactéria que me fez falhar esta postagem colectiva.
Bom post.
Criatividade!!!!
Muito legal!
Beijos e boa semana!
Pois é Silvares, fica para a próxima com bactérias novas.
Obrigado Francine.
Sempre gostei de bactérias, quando criança nas aulas de biologias aprendemos que as bactérias são milhões e tem valor significativo para todos nós. Alimentamos uma bactéria no leite que se multiplicava com uma facilidade impressionante.
Mas muitas pessoas pensam automaticamente em doenças quando pensam em bactérias... rs
Abraços meus
Acqua: nem mais.... Obrigado pela visita.
Expresso da linha: Há montes de anos que trabalho no meio de virus e bactérias ....
Excelente .
Tiazoca: a minha mãe é farmacêutica e trabalhou neste "ramo" no Ricardo Jorge. A minha infância foi povoada pelas histórias destes fantásticos micro-organismos.
Oh Jorge o meu pilau é maior que o teu! não é o ídolo nem a bactéria ;-))))
Seus textos, como de hábito, são excelentes!Hoje, e em se tratando de TERTÚLIA não seria diferente! Parabéns pela criatividade.
Obrigado por ter conduzido SÓ, esta tertúlia! Prometo não viajar mais nos dias 15 do mês! rsrsrs!
Forte abraço,
e vamos pensar no que dizer sobre o BRASIL....
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