17.3.09

LAMEGO - SÉ CATEDRAL




Devidamente fundidos Túrdulos, Lígures e Íberos, vieram os romanos que tudo colonizaram. Lamecus torna-se cristã quando o rei visigótico Recaredo I se converte em 570 (depois de Cristo, como é óbvio). Depois veio a habitual alternância entre mouros e cristãos que, não sendo parlamentar, era definitivamente discutida à bofetada. Em 1057 Lamecus foi conquistada definitivamente por Fernando Magno de Leão. Egas Moniz, o nobre aio de Afonso Henriques, tem a tenência da vila em 1128. Lamego era ponto de passagem na rota hispânica para Compostela, para quem vinha de Mérida, Cordova ou Sevilha. Aqui se comerciavam especiarias e tecidos orientais. Os mouros eram bem vindos. A importância de Lamego perde-se com a conquista de Granada e a expulsão dos mouros pelos Reis Católicos de Espanha e com a descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, enfranquecendo o comércio da região. O desenvolvimento só reaparece ao tempo do Marquês de Pombal, na sequência da criação da Região Demarcada do Douro. Hoje é uma cidade cheia de história e de solares, mas enfranquecida de gentes e parca no desenvolvimento. Um oásis no deserto que, em breve, poderá ser um deserto de oásis.
A Sé é de origem românica (séc. XII) e magnífica. Só ela vale a deslocação. A parte cimeira já é do séc. XVI, da iniciativa do bispo Manuel de Noronha. Na fachada podem ver-se três notáveis pórticos, gravados em granito com figuras antropomórficas de desenho muito pouco católico, como se verá amanhã. Obra do gótico flamejante tardio, já com prenúncios renascentistas. O interior de três naves, tem as abóbadas profusamente coloridas por Nicolau Nasoni que por aqui andou entre 1737 e 1738. Os Templários também cá estiveram, como se vê pelo altar-mor. Deixo-vos com Deus!
jp

5 comments:

Helen Marie said...

Linda...deve ser ainda mais bonita pessoalmente.
Abraços,
Helen

roserouge said...

Muito bonito mesmo. Como dizia Rodin: "o tempo respeita aquilo que se faz com tempo".

Maria Augusta said...

Que beleza de catedral, as fotos estão lindissimas!

Anonymous said...

Viva Rodin, um homem sage!

João Menéres said...

E o teto, onde está ele?